Da Redação
MANAUS – Com 11 candidatos a prefeito e 1.411 ao cargo de vereador, as eleições deste ano em Manaus são atípicas porque ocorrem no meio de uma pandemia que já deixou 4,6 mil mortos no Amazonas. Para evitar a contaminação pela Covid-19, neste domingo, 15, eleitores terão horários diferenciados e deverão cumprir regras sanitárias para votar.
Neste ano, disputam o comando da Prefeitura de Manaus Alfredo Nascimento (PL), Amazonino Mendes (Podemos), Capitão Alberto Neto (Republicanos), Chico Preto (DC), Coronel Menezes (Patriota), David Almeida (Avante), Gilberto Vasconcelos (PSTU), Marcelo Amil (PCdoB), Ricardo Nicolau (PSD), Romero Reis (Novo) e Zé Ricardo (PT).
Diferente de outras eleições, cujos portões dos colégios eleitorais abriram às 8h, neste pleito os idosos terão horário reservado entre 7h e 10h. Eleitores que não fazem parte do grupo de risco poderão votar neste horário, mas a ideia da recomendação é que idosos sejam majoritariamente atendidos neste período.
De acordo com o protocolo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), é obrigatório o uso de máscara, manter a distância de pelo menos 1 metro entre si e higienizar as mãos antes e depois de entrar na seção eleitoral. As seções eleitorais terão álcool em gel disponível para higienização das mãos, mas urnas não serão higienizadas durante a votação.
Os mesários não podem tocar nos documentos do eleitor, que apenas o exibirá mantendo a distância de segurança sanitária. Além disso, é recomendado que cada eleitor leve sua própria caneta, mas, caso não leve, haverá uma para uso coletivo, e os mesários serão orientados a higienizá-las com álcool 70% antes e depois do uso.
Para votar, é preciso apresentar documento oficial com foto (carteira de identidade, passaporte, carteira de trabalho ou carteira nacional de habilitação) e o título de eleitor ou o e-Título, aplicativo disponível para celulares e tablets. Neste ano, a biometria foi excluída do processo para evitar contato em uma mesma superfície.
As mudanças desse ano também alcançam o trabalho dos jornalistas, que antes acompanhavam o processo eleitoral no Centro de Divulgação das Eleições do TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral). Neste domingo, as entrevistas dadas pelos dirigentes das entidades envolvidas no pleito serão transmitidas pelo Youtube.
Cobertura
Durante a campanha eleitoral, reportagens publicadas pelo ATUAL abordaram as propostas dos candidatos para a saúde, educação e transporte público. Uma delas mostrou que dos 11 planos de governo apresentados pelos candidatos a prefeito de Manaus, apenas um propôs implantar o VLT (Veículo Leve Sobre Trilho).
Enquanto Marcelo Amil (PCdoB) defendeu a construção da linha 1 do VLT, partindo do Conjunto Viver Melhor, na zona norte, chegando até o bairro Coroado, na zone leste, pela Avenida das Flores/Torres, os outros dez citaram o uso de ônibus como meio de transporte em massa na capital nos seus programas de governo.
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As reportagens também abordaram sobre as propostas para a Avenida Lourenço da Silva Braga – a Manaus Moderna -, na orla da capital. Quase intransitável entre a Feira da Banana e o Mercado Adolpho Lisboa, o lixo decora trechos da via e ruas adjacentes e a disputa entre feirantes, consumidores e automóveis transforma o local em arena.
Dos 11 candidatos a prefeito de Manaus, apenas Ricardo Nicolai (PSD) propôs novo planejamento da área, outros três propuseram reforma. Ouvida pela reportagem, a professora de Arquitetura e Urbanismo da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) Taís Furtado defendeu que seja implementado um projeto de qualificação urbana no local.
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Na área da educação e saúde, o ATUAL publicou que dos 11 candidatos apenas dois propuseram medidas de prevenção à Covid-19 para o retorno presencial às aulas da rede municipal em 2021: Amazonino Mendes (Podemos) e Coronel Menezes (Patriota). Outros defenderam os investimentos em tecnologias e capacitação dos profissionais.
De acordo com o plano de governo, Amazonino promete criar o Programa Escola Segura para cumprir os protocolos sanitários necessários à segurança dos estudantes. Também propõe o Programa Saúde na Escola, com acompanhamento da caderneta de vacinação e oferta de serviços de saúde bucal e ocular.
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A redução da tarifa do transporte público foi promessa de quatro candidatos ao cargo de chefe do Executivo Municipal da capital amazonense – Coronel Menezes (Patriota), Gilberto Vasconcelos (PSTU), Ricardo Nicolau (PSD), e José Ricardo (PT) – mas eles não disseram como pretendem fazer isso.
Em Manaus, o valor de R$ 3,80 da passagem é subsidiado, o que permite manter em R$ 1,50 a meia passagem. O aporte da Prefeitura de Manaus tem por base a diferença entre a Tarifa de Remuneração para Serviço de Transporte Urbano (tarifa técnica da modalidade convencional), estabelecida em R$ 3,8580, e o valor da tarifa pública, que foi mantida em R$ 3,80.
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Os problemas de mobilidade urbana em Manaus foram tratados em reportagem publicada no início deste mês. Além das propostas de candidatos para solucionar os afunilamentos em vias que fazem ligação entre as zonas de Manaus, o material também trouxe a opinião de especialista na área.
O engenheiro Manoel Paiva afirmou que Manaus deve priorizar o transporte coletivo, modal usado por 55% da população, para dar maior fluidez ao trânsito. Segundo ele, nos últimos anos, a cidade priorizou os automóveis, e não as pessoas, o que causou problemas no trânsito em vias de grande circulação.
Para candidatos a prefeito de Manaus, a solução é o uso de semáforos inteligentes e ciclovias. Eles também citaram alargamento de vias, interação entre os modais de transporte, corredores exclusivos para ônibus, passagens subterrâneas e transporte fluvial como complemento para o rodoviário.
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