Desde as eleições gerais de 2014, com a vitória nas urnas da candidata do PT, estamos
cada dia mais observando um processo de idolatria politica bastante preocupante,
principalmente através das redes sociais, ‘universidade aberta’ de novos cientistas
políticos e jornalistas. Basta uma publicação, e logo aparecem os rotuladores e seus
adjetivos estereotipados.
É vidente o tratamento que o cidadão dispensa atualmente aos assuntos políticos e em
como as disputas nada republicanas foram transformadas em espetáculo e briga de
torcida. Não é bom idolatrar um político ou uma ideologia. “Quando se busca o céu na
terra, é o inferno que vai encontrar”.
A crítica política se transformou em uma espécie de heresia política. As redes sociais
estão ai para provar que, no mundo, existe um choque intenso de ideias e opiniões,
principalmente quando assunto é política.
Não é necessário ser um estudioso de política ou acreditar na tolice da imparcialidade.
Concordando ou não uns com os outros, cada um deve possuir seus políticos e visões
preferidas, porém, nunca idolatrando ou prestando culto aos ‘santos’ milagreiros da
política.
Devemos ser bons e moderados analistas políticos, reconhecendo os erros e acertos com
sensatez e inteligência. Perceber que o ativismo e a política de massa alienam.
Os cidadãos por meio de suas redes sociais se aventuram em expressar posições
políticas. Perfeito! Uma conquista da democracia e exercício de cidadania. Para tanto,
parecem cegas de si mesmas, da realidade do dia a dia, da realidade ao abrir a porta de
casa e conferir os problemas que afligem toda sociedade, passando apenas a contemplar
uma figura política central.
Adorar políticos ao invés de pensar em políticas públicas atendendo às demandas
populares, é algo deplorável. Servir apenas de retransmissor de frases feitas e respostas
vazias não vai melhorar nossa cidade, muito menos o Brasil.
Acompanhamos a miopia, cidadãos que apenas enxergam seus políticos de estimação,
que quase nunca é tão santo assim. Mudam-se os nomes na política, mas para o povo
quase nunca muda nada, os interesses acabam sendo muito parecidos, seja lá quem for
eleito.
Não podemos continuar a discutir nomes ou pessoas, isso empobrece o debate. Vamos
falar de propostas, do que será feito de como será feito para melhorar a vida da
população.
Não precisamos de discursos políticos cheios de retóricas, mas de soluções concretas e
possíveis de virarem realidade. Os velhos políticos e os novos sem escrúpulos
agradecem essa briga por nomes no lugar das propostas.
As eleições novamente ocorrerão esse ano e, perder a capacidade de viver o mundo real,
desviar o foco dos problemas, deturpar a realidade, é dar seguimento ao projeto nefasto
dos políticos irresponsáveis que tanto criticamos.
Menos políticos, mais propostas e políticas públicas concretas!
Sérgio Augusto Costa é Advogado, especialista em Direito Penal, Processo Penal e Eleitoral.
Os artigos publicados neste espaço são de responsabilidade do autor e nem sempre refletem a linha editorial do AMAZONAS ATUAL.
Artigo perfeito para o momento em que infelizmente vivemos.