Em sua caminhada Jesus se tornou bastante conhecido por curar doentes e até por ressuscitar os mortos, deixando as pessoas que o acompanhavam maravilhados com seu amor e cumprimento da palavra sobre Deus. Por sua grande capacidade de liderança, concluíram que seria o rei perfeito, pois ansiavam por um governante bom e eficiente.
Mesmo pressionado a se envolver politicamente, Jesus não deixou dúvida quanto a sua posição. Recusou-se firmemente a se envolver na política de sua nação. “O Homem tem dominado o homem para seu proveito”.
As autoridades constituídas sempre foram respeitadas por Jesus, tanto é que demonstrou total equilíbrio quando disse: “dai a Cézar o que é de Cézar, e a Deus as coisas de Deus”. O cristão tem obrigação com Deus e com Cézar, ou melhor, com os governos.
Porém, uma das características assentadas nas últimas décadas, foi o envolvimento da política com os movimentos e instituições religiosas, com foco na ação transformadora da sociedade, tendo como via principal a política.
Essa busca pela transformação se intensificou na política eleitoral, que de forma equivocada, mas real, confundiu política com eleição. O objetivo inicial das instituições religiosas que era de conquistar poder pelas forças populares, foi substituído por força de trabalho em campanha eleitoral. Fazendo da reflexão sobre fé e política ficar restrita aos anos eleitorais.
Nas eleições anteriores a 2018, é fato, que tivemos o esforço de algumas instituições religiosas para elevar ao poder o PT e seus representantes, sob a justificativa em que suas esperanças seriam concretizadas em uma administração democrática e popular. Porém, dentro da atualidade, o que realmente mudou no País? Qual a responsabilidade a respeito da dimensão política da fé e a conquista do poder?
O poder de persuasão dos líderes religiosos perante seus fiéis pode causar abuso do poder religioso e desequilibrar uma eleição. O propósito da política é a autoridade social. O Estado possui sua função e seu serviço diante de Deus (mesmo sendo laico) e de toda a sociedade, bem como, as instituições religiosas também exercem funções fundamentais ao desenvolvimento do cidadão.
Os papeis do Estado e das instituições religiosas jamais devem se misturar. O estado nunca deve fazer aquilo que compete a religião e vice e versa.
Sérgio Augusto Costa é Advogado, especialista em Direito Penal, Processo Penal e Eleitoral.
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