Da Redação
MANAUS – Quatro das sete pessoas presas na Operação Sangria, da Polícia Federal, tiveram conversão da prisão temporária para domiciliar pelo prazo de cinco dias. São elas: Fábio José Antunes Passos, João Paulo Marques dos Santos, Alcineide Figueiredo Pinheiro e Luciane Zuffo Vargas de Andrade, que serão liberados no final da tarde deste sábado, 4.
Em nota, a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) informa que a conversão da prisão ocorre em atendimento a uma decisão judicial.
Outras três pessoas serão colocadas em liberdade com o fim do prazo da prisão temporária. São elas: Perseverando da Trindade Garcia Filho, Cristiano da Silva Cordeiro e Simone Araujo de Oliveira Papaiz, que serão liberados após a meia-noite.
A Operação Sangria foi deflagrada na terça-feira, 30 de junho, em conjunto com a Polícia Federal e Ministério Público Federal. O MPF e a PF investigam a compra superfaturada de respiradores por R$ 2,97 milhões para a pandemia de coronavírus no Amazonas. Oito pessoas foram alvos de mandados de prisão temporária, além de buscas e apreensões em 14 endereços de pessoas ligadas ao governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), autorizadas pelo ministro Francisco Falcão, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Segundo a investigação, com a participação direta do governador, foram identificadas compras superfaturadas de respiradores, direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados.
Os presos na Operação Sangria permaneceram os últimos no CDPM (Centro de Detenção Provisória de Manaus), masculino e feminino. Na ocasião, os advogados foram barrados na entrada do presídio ao tentarem entrar para saber como estavam os clientes.
A secretaria de saúde, Simone Papaiz, chegou a apoiar a Operação Apneia, do MP-AM (Ministério Público do Amazonas), deflagrada no último dia 10 de junho, alegando que era “algo positivo” para a Susam porque buscava “dar transparência de como as contratações foram feitas” e que não havia possibilidade de haver prisões de servidores.
Entretanto, Papaiz foi presa na Operação Sangria, pois mesmo tendo assumido após o início dos procedimentos de dispensa de licitação investigados, há indícios de que a secretária dificultou a atuação dos órgãos de controle, o que levou o TCE (Tribunal de Contas do Amazonas) a recomendar seu afastamento do cargo, conforme cita Falcão ao autorizar a prisão.
A recusa na entrega de documentos à Corte de Contas foi citada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) para pedir a prisão temporária da secretária. Na Operação, os investigadores afirmam que Papaiz é quem dava as ordens para o ex-secretário executivo de Saúde João Paulo Marques manipular os processos físicos de despesas.