A seis meses das eleições à prefeitura da capital, o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) conseguiu manter sua base com pelo menos 30 dos 41 vereadores da CMM (Câmara Municipal de Manaus), mesmo em um cenário que aponta para o lançamento de sete candidatos adversários na disputa de outubro. Marcelo Ramos (PR), Henrique Oliveira (SD), Serafim Corrêa (PSB), Hissa Abrahão (PDT) Marco Antônio Chico Preto (PMN), Marcos Rotta (PMDB) e Júnior Brasil (Rede) juntos não têm um terço dos vereadores.
O cenário é diferente do vivenciado pelos seus antecessores Amazonino Mendes (2009-2012) e Serafim Corrêa (2005-2008). Os dois terminaram o mandato com pelo menos mais da metade dos parlamentares da CMM na oposição. Serafim tentou a reeleição e foi derrotado no segundo turno com 42,87% dos votos, e Amazonino sequer se arriscou a disputar a prefeitura depois de quatro anos (na ocasião, ele se recuperava de um problema de saúde).
Neste ano eleitoral, Arthur está fechado com dez partidos na Câmara: PPL (1 vereador), PV (2), PHS (5), PSD (4), PTN (5), PRP (1), Pros (4), PP (3), PSDB (3) e DEM (2). Na oposição e entre os vereadores neutros ou indecisos estão o PT (3), PRB (2), PTB (1), PSDC (1), PSL (1), PMDB (1), PSB (1) e PSC (1).
Dos oito partidos que, em tese, não estão na base de Arthur, somente três têm ligação direta com os possíveis adversários do prefeito nas eleições deste ano: o PT do deputado estadual José Ricardo, o PMDB do deputado federal Marcos Rotta e o PSB do deputado estadual Serafim Corrêa.
Até o momento, os pré-candidatos a prefeito de Manaus Hissa Abraão (PDT), Marcelo Ramos (PR), Chico Preto (PMN) e Júnior Brasil estão sem qualquer representação na Câmara Municipal de Manaus. O cenário ainda pode mudar até as convenções partidárias, mas o retrato atual é esse.
Unanimidade
O líder do prefeito na CMM, Elias Emanuel (PSDB), acredita que o apoio ao prefeito será quase unanimidade no pleito deste ano. “O prefeito Artur Neto observou com muita sabedoria a movimentação dos parlamentares na troca dos eventuais partidos no prazo final que foi até agora o dia 2 de abril. Muito embora tenhamos observado tudo isso, não há nenhuma mudança drástica na nossa base de apoio aqui na Câmara Municipal. Nós vamos continuar com essa maioria consolidada. Nenhum vereador saiu da base do prefeito”, afirmou Emanuel.
O partido do presidente da CMM, Wilker Barreto (PHS), que apoia o prefeito e já tinha em suas fileiras as vereadoras Vilma Queiroz e Professora Jacqueline e o vereador Professor Samuel, recebeu um reforço do vereador Mário Frota, ex-PSDB. Frota deixou o partido de Arthur, mas se filiou em outro que o apoia.
O PDT de Hissa Abraão perdeu os seus dois representantes na Casa, os vereadores Gilmar Nascimento e Francisco Jornada que migraram para o PSD do senador Omar Aziz, que deve coligar com Arthur Neto no pleito deste ano. O PDT na casa era aliado do prefeito e, com a mudança no comando do partido, perdeu os parlamentares, que preferiram manter a aliança.
O SD do vice-governador Henrique Oliveira também perdeu o seu representante na CMM. Fabrício Lima assumiu a Sejel (Secretaria de Estado da Juventude e Lazer), e em seu lugar assumiu o suplente Joelson Silva (PSC), que também adiantou que deve apoiar o prefeito nesta eleição.
PT indeciso
O PT, que representa a oposição solitária na Casa, tem três vereadores: Waldemir José, professor Bibiano e Rosi Matos. O partido já definiu que terá candidato próprio para prefeito, mas ainda não decidiu quem será. Os nomes em disputa são dos deputados estaduais José Ricardo Wendling e Sinésio Campos. Os dois vereadores já decidiram apoiar a candidatura de José Ricardo, mas a decisão do partido só deve ser tomada em maio.
“A candidatura do José Ricardo ainda deve passar pelo processo de convenção do partido. Desse processo deve ser tirado um nome do diretório municipal. De uma forma geral o que estamos vendo dentro do PT é que a candidatura que está animando a militância e se consolidando é a do José Ricardo”, afirmou o vereador Waldemir José.
Questionado sobre as futuras alianças que o PT pode fechar visando o pleito deste ano, Waldemir foi enfático. “Sobre as alianças devemos fechar com os partidos que votaram contra o golpe do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Essa é a minha posição que ainda não está definida, mas ganha força no partido para as eleições municipais”, disse.
A vereadora Rosi Matos que teria preferência por outro candidato que não seria José Ricardo, foi cautelosa e disse que vai esperar a definição do partido. “O partido vai ter candidatura própria, mas ainda não definiu o nome do candidato. Eu vou seguir a determinação do partido e o nome do consenso será apoiado por mim”, afirmou a petista.
Apoio
Pelo menos quatro vereadores que mudaram de partido recentemente já declararam o apoio ao prefeito Artur Neto. A vereadora Glória Carrate deixou o PSD e se filiou ao PRP; o vereador Dr. Alonso, ex-PTC, migrou para o PTN; Joelson Silva saiu do PHS e foi para o PSC e Francisco Jornada deixou o PDT pelo PSD.
“Vamos marchar com o prefeito Arthur Neto. Devemos nos reunir na próxima semana com o prefeito. Vou assumir a Executiva Municipal do PRP. Só podemos coligar oficialmente com outros partidos a partir das convenções, mas sabemos que vamos apoiar o prefeito”, afirmou Glória Carrate.
Francisco Jornada (PSD) também confirmou o apoio ao prefeito e prevê uma disputa interna acirrada pelas vagas de vereadores na eleição deste ano. “Atualmente, o partido já está com o projeto de apoiar o prefeito Artur Neto. Está prevista a coligação entre PSDB, Pros e PSD. Até o momento esse deve ser o chapão para a eleição deste ano. A briga pelas vagas de vereador também vai ser grande, são 11 candidatos para sete vagas, vai ter vereador sem mandato”, prevê.
Para Joelson Silva, existe uma grande possibilidade do PSC apoiar o prefeito Arthur Neto. As reuniões do partido para tratar de futuras alianças devem começar a partir do mês que vem, segundo o parlamentar. “Isso ainda vai ser definido. Mas, existe um sentimento no partido de caminhar com o prefeito. Aqui na CMM, o PSC já apoia o prefeito”, disse.