Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Após ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) na Operação Sangria, o vice-governador Carlos Almeida Filho divulgou nota nesta quinta-feira em que afirma que foi “confundido em meio a um governo que abrigou criminosos de má índole para assaltar os cofres públicos”.
Carlos nega que tenha participado de esquema de fraudes e afirma que se afastou do governo quando percebeu irregularidades. Ele também alega que foi perseguido e atribui as mortes de amazonenses ao “escandaloso despreparo” de Wilson Lima.
“Meu posicionamento firme desde a posse e minha exposição como gestor, rendeu uma série de consequências, dentre as quais ser confundido em meio a um governo que abrigou criminosos de má índole para assaltar os cofres públicos”, afirmou Almeida Filho.
O vice-governador cita o relatório conclusivo da PF (Polícia Federal) no âmbito da operação que não encontrou provas que indicassem a participação dele na compra de respiradores da loja de vinhos FJAP e Cia e, por isso, deixou de indiciá-lo. Para o político, a denúncia da PGR foi “um gesto incoerente e infundado”.
De acordo com Almeida Filho, a conclusão da PF comprova que ele não faz parte da “rede de esquemas responsável por fraudes no estado do Amazonas”. O vice-governador nega participação em qualquer ilícito e cita novamente que se afastou do Governo do Amazonas após discordar de “práticas erradas”.
“Não me misturo com quem pratica o errado, e é por isso que rompi, em maio do ano passado, com o líder que deu as costas à população. Desde então, fui sucessivamente perseguido e ridicularizado, tendo minha equipe de apoio exonerada com o objetivo de constranger minhas boas ações e meu legado”, disse o vice.
Carlos Almeida afirma que após romper com Wilson Lima teve o nome riscado de placas, projetos enterrados e deturpados. Além disso, as categorias que ele defende “foram perseguidas e prejudicadas”, a
família dele foi atacada e ele diz que ainda teve que “lutar contra uma conspiração dos envolvidos”.
“Uma trama sórdida, a me imputar responsabilidades que a Polícia Federal identificou como sendo do próprio governador. Foi um período difícil, onde minha própria vida e a sobrevivência da minha família
entraram em jogo”, afirmou Almeida Filho.
Em ataque ao governador, o vice-governador afirma que se recusa a “fazer parte de uma quadrilha que só faz prejudicar o povo amazonense e o Brasil” e que o “Amazonas vive um caos que nos coloca nas páginas dos noticiários internacionais”.
Carlos Almeida também cita que Wilson Lima é despreparado. “Tal desastre só ocorre pela notória falta de compromisso, conhecimento e espírito público. O cenário responsável pela morte e sofrimento de milhares de amazonenses, só foi possível pelo escandaloso despreparo e conluio do governador”, conclui o vice.
A reportagem solicitou o posicionamento do Governo do Amazonas, mas até a publicação desta matéria nenhuma resposta foi enviada.
Leia a íntegra da nota do vice-governador: