Estamos na Semana Santa. Lembramos a via sacra de Jesus. Mas hoje o povo também enfrenta uma via sacra de morte, com a pandemia e o descaso do Governo, que prefere Barrabás, em vez da mensagem de Jesus.
A história de Jesus está nos Evangelhos. Tem quatro Evangelhos. Jesus nasceu numa cidade pequena e pobre, Belém da Judéia. Seus pais, José e Maria, eram trabalhadores, pessoas do povo. Estavam na condição de migrantes, não tinham uma casa, não tinham onde morar. Por isso, Jesus nasceu num estábulo e foi colocado numa manjedoura entre os animais, único lugar disponível. Os primeiros a visitá-lo foram pastores, trabalhadores do campo, pobres, explorados nas terras dos grandes proprietários.
Da mesma forma, o povo, na atualidade, enfrenta as mesmas dificuldades. Sem emprego e renda, muita gente está passando fome. Muita gente nas ruas pedindo esmolas e comida, por amor de Deus. Muitos são migrantes, que se juntam a milhares de famílias sem casa. O Bolsonaro acabou com o Minha Casa Minha Vida e a Prefeitura e Governo do Estado há muito não constroem casas populares. Quem consegue comprar um terreno legalizado para morar ou plantar?
Jesus tinha coragem. Tinha fé em Deus. Não sossegava e não aceitava as injustiças da sociedade. Era solidário, ajudava os mais pobres, curava, acalentava, ensinava, mostrava melhores caminhos, animava seus discípulos, levava esperança para o povo, os mais pobres. Jesus acolheu as mulheres, as crianças, os jovens, os trabalhadores, os migrantes, os sofridos.
Mas era profeta: anunciava e denunciava. Anunciava o Reino de Deus, Reino de Justiça, de Amor, de Vida. Mas denunciava as opressões e explorações sofridas pelo povo. A exploração econômica, social e religiosa. Não ficava calado frente aos sacerdotes e autoridades que usavam a fé e o poder para se aproveitar do povo. O que ele diria em relação a certas lideranças religiosas e políticas que hoje em dia usam a fé do povo, e usam o nome de Jesus, para enriquecer e se tornarem poderosos? Jesus não ficaria calado.
E prenderam a Jesus. Foi agredido, cuspido, torturado, chicoteado. Jesus foi um preso político. Não teve um julgamento justo, de madrugada, longe do povo. Enfrentou uma via sacra de horror. Na hora da escolha, o povo, manipulado pelos interesses dos poderosos, decidiu pela morte. Em vez de Jesus, o homem de Deus, da paz, da vida, o povo enganado escolheu Barrabás, a violência, as armas, a morte. E Jesus foi morto e pregado numa cruz, como um malfeitor.
Estamos em tempos de fake news, de mentiras, de governo de mortes, que retira recursos da saúde, da educação, da moradia, do saneamento, da segurança, da assistência social e repassa para os gordos bancos, já bilionários, mas que não cansam de aumentar seus lucros, graças a um Governo insensível e adepto da morte. Já são 312 mil mortes devido a pandemia.
A via sacra de Jesus é a via sacra do povo. Jesus sofreu. O povo continua sofrendo. Mas a morte foi vencida. A Páscoa é a vitória da vida. Jesus continua no nosso meio, com muita fé, esperança e amor. O Governo de morte e genocida não vencerá. O povo não quer mais Barrabás, nem Pilatos, nem os líderes enganadores. O povo quer Jesus, o libertador, o Salvador.
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