O partido do governado do Estado, José Melo, o Pros, ensaiou, esta semana, um jogo de oposição ao prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), na Câmara Municipal de Manaus (CMM). A coluna adiantou, na semana, passada que os seis vereadores da legenda comandada foram chamados por Melo para começar a se posicionar contra o prefeito e ajudar no trabalho da imagem do vice-governador Henrique Oliveira (SDD) como pré-candidato à Prefeitura de Manaus. A onda “anti-Arthur” começou na segunda-feira com a vereadora Vilma Queiroz votando contra a incorporação da Secretaria Municipal das Mulheres à Secretaria Municipal de Direitos Humanos (Semasdh) e avisou que vai trabalhar para que a pasta seja “ressuscitada”, independente do posicionamento do prefeito; depois foi Jairo da Vical que questionou do líder do prefeito Elias Emanuel (PSB) detalhes da reforma de Arthur para decidir seu voto; em seguida Arlindo Júnior, que tem se posicionado contrário aos pedidos de urgência do prefeito nos projetos que tramitam na CMM. Tudo indica que apesar do ‘desespero’ do prefeito em defender José Melo das acusações de compra de voto, o governador parece não ter se comovido.
O que o mestre mandar
Aliados da bancada do prefeito Arthur Neto comentaram, ontem, na Câmara que o posicionamento da vereadora Vilma Queiroz contrário ao prefeito só poderia ocorrer se ela tivesse o aval de José Melo. Em tom de piada, os parlamentares disseram que ela “só faz o que o mestre manda”.
Adesivos nas ruas
Como havia adiantado a coluna, começou a circular nas ruas de Manaus os carros com os adesivos que defendem o governador José Melo da acusação de compra de votos, denunciada no programa Fantástico, da Rede Globo. Depois de dicas dos próprios funcionários do governo, a mensagem do adesivo ‘Pró-Melo’ foi alterada para “O Amazonas está com você. Votei 90. Respeitem meu voto”.
Prefeitos x gestores
O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), ex-prefeito de Manaus (2004-2008), afirmou que o alto índice de inadimplência dos municípios do Amazonas no sistema do Cadastro Único de Convênios (CAUC) mostra que os prefeitos não estão atuando como verdadeiros gestores e estão deixando profissionais sem habilidade com finanças tocarem as contas da prefeitura. Serafim, que é economista, disse que o profissional de Economia poderia ajudar os municípios na elaboração da prestação de contas.
Falta apoio
Debutando como líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado David Almeida (PSD) afirmou a colegas de bancada que está tendo dificuldades com os secretários de governo para ter informações sobre o andamento da máquina administrativa, principalmente no que diz a estatísticas, e que assim ficará difícil defender a gestão do governador José Melo. Em evento público, no mês passado, Melo chamou Almeida à frente e disse aos secretários que não negassem qualquer informação ao novo líder.
Oposição afiada
A ‘saia-justa’ de Almeida começou quando o deputado estadual José Ricardo (PT) apresentou, nesta quara-feira, 8, estudos que comprovam que apenas um terço dos municípios do Estado tem mamógrafos em funcionamento. Na ocasião, o líder do governo não conseguiu defender José Melo porque não teve retorno da Susam sobre o assunto. A resposta de David Almeida veio só mais tarde em release enviado à imprensa.
Crítica à distância
O deputado Dermilson Chagas culpou a presidente Dilma Rousseff pela vaixa de 10.127 postos de trabalho entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015 (dados do Caged). “O Planalto precisa ver com clareza que os trabalhadores desta região depositaram confiança no governo, que só despenca em popularidade. A presidente Dilma e seu governo tem dever moral de não ignorar os problemas da região, sob pena de se isolarem ainda mais em relação à aprovação por parte da população”.
Frase
“A regra é simples, mas estão tentando inverter essa lógica: se o jovem não roubar, não matar, não estuprar, não traficar drogas, ou seja, não cometer delitos, este não será preso e nem julgado como adulto” – do deputado Marcos Rotta (PMDB), defendendo a redução da maioridade penal para 16 anos.