Por Vívian Oliveira, do ATUAL
MANAUS – A indicação do deputado federal Alexandre Frota (PROS-SP) à equipe de transição na área de Cultura gerou desconfortos e revolta entre os intelectuais da cultura, aliados ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A divulgação do seu nome foi realizada nesta terça-feira (22) pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSDB).
Artistas mais engajados na campanha de Lula rejeitaram a indicação de forma unânime. O motivo é que Frota, em 2018, “pegou pesado” em ataques a artistas de forma ampla, geral e irrestrita quando disputou a eleição pelo PSL e apoiou o então candidato Jair Bolsonaro, eleito presidente.
A avaliação de analistas é que Frota está entre os escolhidos para o grupo de transição devido a quatro situações, todas políticas.
A primeira é porque o deputado integra a atual comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, tem votado contra o governo Bolsonaro e se alinhado ao PT nos projetos que tramitam na comissão.
Ele também foi indicação do PROS (Partido Republicano da Ordem Social), que apoiou a candidatura de Lula desde o primeiro turno, e tinha o direito de indicar nomes. Frota trocou o PSDB pelo PROS após o primeiro turno das eleições deste ano.
O terceiro motivo é que o deputado federal já deixou claro, em conversas preliminares com petistas, que não vai atrapalhar andamento dos trabalhos na transição, caso tenha divergências com as pautas que vão ser discutidas.
Finalmente, tem a votação da PEC da Transição. Como a votação tende a ser um momento delicado para o futuro governo, a indicação pode dar prestígio a quem der um voto para ajudar na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional.
Alexandre Frota de Andrade é ator, diretor de televisão, comediante, apresentador, empresário, ex-modelo, ex-ator pornô. Desde 2019 exerce o cargo de deputado federal por São Paulo. Ele tentou se eleger deputado estadual por São Paulo, mas não conseguiu.