O vocábulo infalível significa “sem margem para erro”, “incapaz de enganar ou de desviar alguém do caminho”. Com o desenvolvimento e aperfeiçoamento do saber, poucos ensinamentos permanecem inatos. É fácil perceber que vivemos em um estado de mudanças diárias, mas não se deve deixar de lado o bom senso, caindo na armadilha de ser influenciado pelas contradições do dia a dia. O povo, quando passivo, será manipulado pelo poder das narrativas por não estar convicto acerca da verdade e, falivelmente, cairá em erro.
Nada pode ser pior que a perda do juízo de realidade. O uso de termos como “democracia”, “nazismo”, “comunista”, “ditador” e outros tornaram-se repetitivos na linguagem cotidiana. De forma pejorativa, denigrem a imagem ou os argumentos de seu oponente. Portanto, usam-se vocábulos muitas vezes transversos à verdade dos fatos.
Essa negação da realidade faz com que as pessoas acreditem piamente em suas divagações, uma fantasia incentivada pela facilidade de ocultação das redes sociais. Um alívio para as mentes imaturas, patológicas, que por perderem o senso de verdade, não sentem vergonha de esbravejar contraditoriamente reivindicações, tais como: liberação do aborto e repressão ao assédio sexual; liberação das drogas e proibição do cigarro; antirracismo e defesa de identidades culturais sustentada na separação de raças. Tudo isso estimula o imaginário da população, a qual nem sempre se dá conta de tantas incoerências.
O Brasil, que no próximo dia 07 de setembro completará 198 anos de sua independência, em sua história cultural, política, econômica e social ainda preserva marcas profundas do período colônia. Até hoje, tentam apagar as virtudes construídas pela Monarquia, ou seja, a destruição das tradições através da defesa das culturas pré-modernas, sem comprometimento com a autenticidade e pureza de intenção, apenas como forma de construir novos paradigmas, descontruindo falsamente os anteriores.
Esse desvirtuamento da humanidade faz com que outros males sociais se tornem meros dissabores. Parafraseando o professor Daniel Lopez, quando o povo passa a ser falível, desviando-se do caminho da verdade – a única arma contra os vícios da sociedade – “deixa de examinar todas as coisas, retendo apenas o que é bom, tonar-se alvo fácil para escravidão cultural, política e econômica.”
A batalha que estamos vivendo não é entre partidos de bandeira verde, vermelha ou laranja. Muito menos entre direita e esquerda. Mas entre o bem e o mal. Os sofistas virtuais buscam apenas o mero convencimento, independente da verdade ou mentira dos fatos, persuadindo que sua versão é a verdade absoluta, independente do problema que pode acarretar.
O povo precisa voltar a ser infalível, buscar a verdade. A vida, que antes imitava a arte, está adormecida, seja por falta de talento ou recurso público. No presente, é a política que determina o comportamento da vida em sociedade. Lamentavelmente, a verdade por ela também está abandonada.
Neste dia 5 de setembro, em que se comemora a Elevação do Amazonas à Categoria de Província, nada mais oportuno que redermos homenagem póstuma a João Baptista de Figueiredo Tenreiro Aranha, o primeiro presidente da Província do Amazonas. E que a Praça 5 de Setembro, conhecida em Manaus/AM como a “Praça da Saudade”, faça brotar novas influências benéficas no imaginário de nosso povo guerreiro para formação dos ideais e limites de conduta social, renovando a fé, a esperança e a caridade, resgatando a imagem e o exemplo dos grandes nomes que construíram nossa história.
Sérgio Augusto Costa é Advogado, especialista em Direito Penal, Processo Penal e Eleitoral.
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