Nas últimas décadas, uma área da Ciência que ganhou bastante notoriedade foi a Neurociência. Principalmente pelo crescimento dos fenômenos Coaching, Mentoring e Autoajuda que popularizaram o termo, ou pelo menos tornaram-no um pouco mais acessível para boa parte das pessoas.
São muitos os ramos desse segmento que estuda o sistema nervoso, formado pelo cérebro, os nervos periféricos e a medula espinhal, e a relação dele com as atividades voluntárias ou involuntárias do corpo. A Neurociência estuda, também, o comportamento e as emoções humanas.
Aqui, falo sobre a segunda parte, a que considero mais fantástica: a Neurociência Comportamental. É o campo que se aprofunda no que está por trás da conduta humana e como o inconsciente afeta nossas decisões – os fenômenos da mente. Também busca respostas para questões como a formação da identidade, da personalidade e da memória.
Nos conhecer a fundo, saber como funciona a nossa mente, deveria ser uma disciplina básica ensinada na escola. As relações humanas são essenciais para uma sociedade saudável e, quanto mais conhecemos nosso comportamento e sabemos identificar os dos outros, mais fácil elas se tornam.
Se a Inteligência Emocional fosse uma disciplina do currículo escolar, as pessoas seriam muito melhores. Haveria menos conflitos no mundo e não teríamos uma sociedade tão enferma compadecendo das doenças de cunho emocional, como a depressão e o stress.
Trazendo para o ambiente corporativo, um líder que desenvolve o autoconhecimento aumenta a capacidade performática do time. Saber aquilo que atrai e afasta as pessoas contribui para a liderança tranquila. É preciso conhecer cada membro da equipe, e isso inclui ele próprio; saber quais são os gaps e fortalezas, para evitar e dirimir conflitos.
Um líder precisa dar e receber feedback. Saber que a dor social, aquela que causamos nas pessoas, tem a mesma reação no cérebro que a dor física; que o sentimento de exclusão pode provocar o mesmo tipo de reação que uma pancada. É de onde vem as expressões “doeu no peito”, “uma faca cravada no coração”.
Precisa motivar, engajar, ser espelho, mas também se espelhar no outro e reconhecer os méritos.
Precisa, sobretudo, saber que a relação com o ambiente corporativo não é apenas transacional. Líderes entregam resultados através de pessoas e um bom ambiente corporativo faz pessoas entregarem mais e melhor.
Patrícia Y. Agopian, CEO da Bússola Executiva, afirma que pessoas que trabalham em ambientes onde sentem-se ameaçadas são mais susceptíveis ao estado de não atenção. “A atenção está sempre voltada mais para a ameaça do que para a entrega”, observa.
Ela também garante, com base na Neurociência, que nosso cérebro é mutável e que nossos comportamentos também podem ser mudados em qualquer idade. Basta que estejamos conscientes para que possamos fazer as mudanças e as escolhas corretas em nossas interações, seja no ambiente de trabalho ou nas relações sociais.
Isso vai ajudar, sobretudo, na sua saúde mental e das pessoas que lhe cercam.
Roseane Mota é jornalista, formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e aluna do programa mentorado Bússola Executiva. É servidora pública do quadro efetivo do Estado e coordenadora de Comunicação na Unidade Gestora de Projetos Especiais - UGPE, do Governo do Amazonas.
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