Da Redação
MANAUS – O secretário de Saúde do Amazonas, Carlos Almeida Filho, que é vice-governador, afirmou que “não há como pagar as cotas de contratos das empresas médicas que estão atrasadas em valores integrais porque a Susam (Secretaria de Saúde Amazonas) não dispõe de dinheiro suficiente. “É incorreto pagarmos 100% para uns e parte para outros porque não há disponibilidade de caixa. Como foi acertado com os fornecedores, vamos manter a quitação de débitos obedecendo a proporcionalidade. Os pagamentos de despesas correntes serão devidamente honrados, mas dentro das condições orçamentárias”, disse o secretário, em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 29.
Empresas médicas alegam que o atraso no recebimento dos pagamentos inviabiliza a prestação de serviços e cogitam entregar os contratos. As companhias devem anunciar uma decisão nesta quinta-feira, 31.
Carlos Almeida disse que a questão é técnica. Ele repetiu números divulgados na semana passada que não foram alterados. “As despesas de dezembro de 2018 na saúde são de R$ 119 milhões. O Estado não pode contemplar 100% de seus pagamentos na saúde por que dispõe de R$ 109 milhões para todas as despesas neste mês. Desse valor, R$ 65 milhões foram alocados para a Susam para serem pagos em janeiro. Nossa preocupação é fazer com que as empresas que tenham recursos humanos não sejam prejudicadas. Isso envolve tantos profissionais médicos, quanto enfermeiros, técnicos de enfermagem e pessoal de apoio”, disse Almeida Filho. O secretário disse que os pagamentos contemplam 68,5% do valor disponibilizado para todas as empresas.
Sobre a pressão das empresas médicas, Almeida Filho disse que é necessário verificar mecanismos que não impliquem na paralisação dos serviços. “Temos diversos setores que estão pendentes de pagamentos há meses. É normal e legítimo que estejam angustiados e preocupados com seus pagamentos. Estamos colocando a situação de forma mais transparente possível. Não vamos ficar na negligência. Os profissionais são parceiros e as portas estão abertas”, disse.
O secretário de Saúde afirmou que a saúde pública no Estado só não entrou em colapso devido à colaboração de todos os fornecedores e prestadores de serviços. “É impossível que resolvamos esse problema em apenas 30 dias. Não fomos nós que criamos esse quadro, mas estamos trabalhando com responsabilidade para resolvê-los”, disse, referindo-se ao tempo de gestão na pasta, a qual assumiu no dia 1º deste mês.
Carlos Almeida Filho disse que existem débitos pendentes desde 2013. “São 600 milhões em 2018 e R$ 500 milhões em 2017. No total, há um déficit de R$ 1,1 bilhão. Mas não há como resolver esse débito de forma imediata. Nós estamos abertos para garantir que ninguém seja prejudicado”, disse.
(Colaborou Felipe Campinas e Iolanda Ventura)