Mais de 100 mil mulheres participaram da Marcha das Margaridas que aconteceu esta semana, em Brasília. Mulheres de todo Brasil cobrando políticas públicas e direitos.
O evento que começou em 2000, é realizado a cada 4 anos pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e tem a presença de lideranças sindicais, trabalhadoras e agricultoras rurais, indígenas, pescadoras, operárias, professoras, estudantes, jovens e tantas mulheres que lutam contra todas as formas de injustiças.
A Marcha das Margaridas, reconhecida como uma das mais importantes mobilização das mulheres da América Latina, ocorre também para lembrar a morte da trabalhadora rural e líder sindicalista Margarida Maria Alves, assassinada.
Margarida foi assassinada em 1983, no dia 12 de agosto, na cidade de Alagoa Grande, na Paraíba, com tiro de espingarda no rosto, na frente do marido e do filho, na porta de casa. O crime cometido por pistoleiros a mando de fazendeiros da região.
Ela lutava pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Foi morta. Até hoje mulheres estão sendo assassinadas por estarem lutando por melhores condições de trabalho no campo e nas cidades.
Três meses antes de ser assassinada, Margarida Alves disse que “era melhor morrer na luta do que morrer de fome”. Por isso ela é inspiração para milhões de mulheres que lutam todos os dias pelos direitos de mulheres e homens do campo, contra abusos cometidos.
As vozes das mulheres ecoaram contra o desemprego, contra os cortes de recursos da educação, contra a reforma da previdência que reduz a aposentadoria dos trabalhadores, contra as violências sofridas pelos indígenas e contra todas as medidas e agressões do Governo Bolsonaro contra o povo brasileiro. Importante a participação de dezenas de mulheres do Amazonas na Marcha das Margaridas, mesmo com todas as dificuldades. Destaco Neila Gomes e Cristiane Sales da luta por moradia; Socorro Carioca e Dulce da Central Única dos Trabalhadores (CUT); France Azevedo e Viviane Rocha do Movimento de Mulheres; Magali e Raissa da juventude do PT; Edjane Rodrigues e Patrícia da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetagri) e demais lideranças de mulheres da capital e do interior. Todas na luta e fazendo o que a Margarida Alves disse: “Da luta eu não fujo”.
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