MANAUS – O autônomo Hinaldo de Castro Conceição, 20, que atirou notas falsas de dinheiro no governador José Melo (Pros), no último dia 1°, prestou depoimento na Delegacia Geral de Polícia Civil, às 15h desta quarta-feira de cinzas, 10. Ele foi ouvido pelo delegado adjunto Rafael Alemandi e é investigado em um inquérito instaurado a pedido do delegado geral, Raimundo Acioly, na semana seguinte à manifestação na ALE-M (Assembleia Legislativa do Amazonas), informou a assessoria da Polícia Civil. O procedimento corre em segredo de Justiça e cita organizações criminosas do Estado, de acordo com o irmão do autônomo, o industriário Nadson de Castro Conceição, 26.
Na ocasião, cerca de 70 pessoas estiveram reunidas em frente à sede da Delegacia em apoio ao manifestante. Nadson informou que o depoimento iniciou às 15h e até o fechamento desta edição, ainda não havia sido concluído. Ele reforçou que Hinaldo não tem filiação política e que jogou dinheiro falso no governador, no dia da leitura da Mensagem Governamental, na ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas), por conta própria, sem ter sido contratado por ninguém e sem receber qualquer quantia para isso. A leitura ocorreu após a cassação de José Melo, no TRE (Tribunal Regional Eleitoral), por compra de votos.
No último sábado, 6, às 7h30, a polícia esteve na residência da família para cumprir um mandado de busca e apreensão. Na ocasião, foram apreendidos dois celulares – um de Hinaldo e outro do irmão mais novo dele – e o computador de uso da família. No mesmo dia, ele recebeu intimação para depor nesta quarta-feira.
Hinaldo, segundo o irmão, compareceu acompanhado de um advogado, que não teve o nome revelado. “Estamos aqui hoje, familiares, amigos e integrantes de movimentos sociais, para prestar apoio ao meu irmão e para mostrar que somos contra a criminalização da democracia e da liberdade de expressão. Meu irmão não é filiado a nenhum partido político. Viemos de uma comunidade que tem membros bastante envolvidos e que são de partidos como o PT. Ele (Hinaldo) participa de vários movimentos”, destacou.
Segundo Nadson, a foto em que o irmão aparece ao lado de membros do PT, e que viralizou nas redes sociais, nos últimos dias, foi tirada na ocasião de uma manifestação pelo passe livre na cidade, reivindicação que ele apoia. “Ele faz parte do (movimento) Levante Popular da Juventude, que não tem vinculação política, é um movimento nacional. Fazem parte dele o rapaz que atirou dólares no Eduardo Cunha (PMDB), em Brasília, e o que atirou purpurina no Jair Bolsonaro (PP), no Rio Grande do Sul”, explicou.