Por Felipe Campinas e Patrick Motta, da Redação
MANAUS – Acusado de embaraçar as investigações da Operação Cashback, a quarta fase da Operação Maus Caminhos, o advogado e ex-deputado estadual Lino Chíxaro reafirmou que o celular trocado um dia antes da operação tinha apenas três meses de uso e que a troca foi necessária porque o aparelho estava quebrado. A PF (Polícia Federal) considerou que a troca do aparelho foi porque Lino sabia da operação. Chíxaro também afirmou que a relação dele com o médico Mouhamad Moustafá, considerado o líder do esquema de fraudes na saúde pública do Amazonas, era “meramente profissional”.
“Eu vou explicar para a juíza que isso (embaraço as investigações) era impossível de acontecer porque o celular que foi substituído por mim tinha apenas três ou quatro meses de uso. Portanto, não tinha nenhuma informação que embaçasse as investigações”, afirmou Lino Chíxaro, antes de entrar na Justiça Federal, na manhã desta quarta-feira, 25, para prestar depoimento. Ele chegou por volta de 8h50 para ser interrogado pela juíza Ana Paula Serizawa, da 4ª Vara Criminal.
Questionado sobre o motivo da troca do aparelho com apenas três meses de uso, Lino afirmou que o aparelho quebrou quando estava em São Paulo fazendo tratamento de saúde. “Eu estava em São Paulo, o meu aparelho quebrou e eu troquei lá. Viajei para Manaus no dia seguinte. Eu estava em tratamento de saúde e foi necessário trocar por essa razão”, afirmou Chíxaro.
O MPF (Ministério Público Federal) afirma que Lino Chíxaro usava outro celular até as 18h do dia 10 de outubro, um dia antes da ‘Cashback’, e que entregou aparelho sem informações à Polícia Federal.
Para Chíxaro, as acusações do MPF são “suposições absolutamente irreais” e que a relação dele com o médico Mouhamad Moustafá era “meramente profissional”. “Isso aí é uma suposição absolutamente irreal. Eu vou mostrar aquilo que é real, que eu não tenho nenhuma participação disso. E mais que isso: eu sou um profissional da área há muito tempo e não teria razão nenhuma para esconder provas. Eu que sempre defendi que a minha atuação com o médico Mouhamad e suas empresas era meramente profissional”, afirmou.
Além de Chíxaro, são réus Murad Aziz, Mouhamad Moustafá, Gilberto Aguiar, Marco Antônio Barbosa e Jader Helker Pinto.