Da Redação
MANAUS – Apresentado em Manaus pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, em janeiro deste ano, o aplicativo TrateCOV seria usado para orientar sobre tratamento precoce contra a Covid-19. O aplicativo recomendaria o uso de sete medicamentos, constatou o TCU (Tribunal de Contas da União).
O objetivo era que a ferramenta fosse usada por profissionais de saúde para agilizar o diagnóstico da Covid-19 através de um sistema de pontos. O aplicativo não foi usado. Na época, Pazuello afirmou que a plataforma foi invadida por hacker, que alterou dados. A secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, contradisse o ministro em depoimento à CPI.
A auditoria foi solicitada pela CPI da Covid no Senado. Segundo o TCU, ao recomendar o tratamento precoce, o TrateCov sugere sempre a mesma lista de remédios: Difosfato de Cloroquina, Hidroxicloroquina, Ivermectina, Azitromicina, Doxiciclina, Sulfato de Zinco e Dexametazona.
Os senadores querem saber sobre o funcionamento do TrateCov e apurar a responsabilidade pela violação do código-fonte.
Outra constatação é que “não foram identificados indícios de que havido violação do código-fonte do TrateCOV, sendo que qualquer pessoa que tivesse conhecimento do link (URL) poderia acessá-lo (e copiá-lo), pelo menos, entre 7 e 22 de janeiro de 2021”, disse o ministro-relator Vital do Rêgo.
Conforme o ministro, a versão analisada pela equipe possui comportamento muito semelhante à versão que foi preservada no serviço Internet Archive em 20/1/2021, em especial no que concerne às regras de cálculo dos fatores de risco e do escore da Covid-19, à lista de medicamentos utilizados para tratamento precoce e à posologia, e não foram observadas (pela equipe) diferenças quanto a estes aspectos.
O diagnóstico sobre Covid-19 seria feito a partir da inserção no sistema de qualquer sintoma da doença. Dois já bastavam para o dispositivo identificar a Covid como por exemplo, “dor de cabeça” e “náuseas”, ou “lombalgia” e “dor em coluna toráxica”, ou ainda “dor de garganta” e “dor em membros inferiores”.
A unidade técnica do TCU responsável pela instrução do processo foi a Secretaria de Fiscalização em Tecnologia da Informação.
Leia a íntegra da auditoria do TCU.