A um ano das eleições municipais, uma pauta polêmica retorna à Câmara Municipal de Manaus para atormentar os vereadores que buscam se gabaritar para a reeleição: o passe livre estudantil, uma luta antiga da classe que há décadas assombra qualquer parlamentar da base governista em período pré-eleitoral já que a matéria nunca foi bem vista pelo Executivo. Nesta terça-feira, pressionados por mais de 30 líderes estudantis, os vereadores prefiram deixar o plenário a ter que enfrentar os “gritos” dos alunos na votação de uma emenda à Loman (Lei Orgânica do Município) que previa o passe livre no transporte público. Resultado: dos 36 vereadores que marcaram presença no painel eletrônico, apenas 14 estavam na chamada nominal e o regimento interno prevê o quórum de dois terços do colegiado, ou seja, 28 vereadores. À francesa, a saída dos vereadores foi tão rápida que em menos de dez minutos o plenário já tinha mais estudantes que parlamentares.
Passado temeroso
O medo do colegiado da CMM era passar pelo mesmo confronto com os estudantes de 2008, quando líderes estudantis invadiram o plenário e atiraram tinta e outros objetos nos parlamentares que votaram contra a mesma proposta de instituição do passe livre estudantil. Mas a votação de ontem da Câmara retorna, hoje, à pauta.
Um líder perdido
Líder do prefeito na CMM, o vereador Elias Emanuel, sem saber o que fazer na hora da votação da emenda à Loman, proposta pelo vereador Waldemir José (PT), fez uma argumentação um tanto estranha para a emenda do passe livre não ir ao plenário: disse que a proposta tinha sido arquivada na Comissão Especial de Revisão à Lei Orgânica.
Manobra
Mas o vereador Waldemir argumentou que, pelo regimento interno, nenhuma comissão é superior à decisão do plenário e a instância serve apenas para emitir pareceres e não tem poder de definir votação. Elias tentou ganhar a briga no grito, mas foi ignorado pelo parlamentar petista.
E os feitos?
Na votação que aclamou na Assembleia Legislativa o secretário da Representação do Governo do Estado em Brasília, Mário de Mello, para conselheiro do TCE, deputados da base do governo elogiaram os feitos do secretário à frente da função, mas não conseguiram em nenhum momento citar quais foram essas ações. Ricardo Nicolau (PSD) disse que “Melo iria imprimir seus conhecimentos técnicos no TCE” e Belarmino Lins (PMDB) afirmou que o novo conselheiro “irá engrandecer a Corte com teu seu conhecimento”.
Novatos fora
No relatório do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) sobre os parlamentares mais “Cabeças do Congresso de 2015” chamou a atenção a ausência dos novatos da bancada amazonense no documento. Nenhum dos dois senadores e cinco deputados que venceram a última eleição aparece na lista dos “Novos Cabeças”.
Férias na Receita
A unidade de atendimento ao público da Receita Federal, no bairro São Jorge, zona oeste de Manaus, resolveu colocar de férias a metade de seus funcionários, mas esqueceu de elaborar uma escala para a manutenção do serviço à população. Por conta da falta de servidores, o atendimento está sendo encerrado às 13h.
Josué, o governador
Em função da viagem do governador José Melo (PROS) e de vice Henrique Oliveira (SSD), para Brasília, o presidente da ALE, deputado estadual Josué Neto (PSD), assumiu nesta terça-feira, o cargo de governador do Amazonas. Pela primeira vez na função desde que assumiu o mandato, o primeiro compromisso de Josué foi na abertura da Semana da Pátria, na Ponta Negra.
Tragédia anunciada
Para o Simeam (Sindicato dos Médicos do Amazonas), a morte do médico Grimaldo Mendoza, ocorrida nesta terça-feira, 1°, em acidente de trânsito no Km 19 da Rodovia AM-010, foi uma tragédia anunciada. O profissional, que cumpria turno médico em Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo, colidiu com seu carro a um caminhão enquanto ia de um ponto ao outro. Segundo o Sindicato, o deslocamento dos profissionais em menos de duas horas coloca em risco a vida dos médicos.
NOTA NA ÍNTEGRA DO SIMEAM
“Mais uma vítima da ausência da Carreira Médica do Estado. Devem garantir condições dignas de trabalho para o profissional que se dedica à saúde no interior do Amazonas. É o segundo profissional médico do interior que morre em menos de um mês e o governador cortou recursos para a regulamentação da Carreira Médica de Estado, aprovada na constituição do Amazonas. Com a carreira regulamentada, o médico não precisaria se deslocar de município em município, pois teria garantias”