Do ATUAL
MANAUS – O vereador de Manaus Raulzinho (MDB) classificou como “covardia” a ação ajuizada pelo colega de plenário William Alemão (Cidadania) para proibir a Câmara Municipal de Manaus de votar, nesta segunda-feira (15), o projeto de lei sobre o empréstimo de R$ 580 milhões da Prefeitura de Manaus. O parlamentar se manifestou na tribuna da Câmara.
“O que me espanta é uma ação sair da Câmara Municipal de Manaus para tentar brecar a oportunidade da cidade de Manaus de contrair o seu empréstimo. Eu nunca vi na história um deputado estadual entrar na justiça para proibir que os deputados pudessem votar a destinação de recursos. Mas, lamentavelmente, um vereador desta Casa adentra a justiça para que nós não possamos votar o empréstimo”, afirmou Raulzinho.
No sábado (13), atendendo um pedido de William Alemão, o desembargador Lafayette Carneiro Vieira Júnior, do TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas), proibiu a Câmara de colocar o projeto para votação sem que ele passasse pelas comissões de Constituição, Justiça e Redação e de Finanças, Economia e Orçamento, e sem a realização de audiência pública.
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De acordo com William, o projeto foi pautado após o procurador-geral da Câmara de Manaus, Daniel Ricardo Fernandes, emitir parecer favorável à imediata inclusão da propositura para votação. O vereador, no entanto, afirma que os vícios na tramitação do projeto impedem a deliberação.
Ao se manifestar na tribuna, Raulzinho afirmou que a Câmara ficou “dividida” após o fim da janela partidária, mas que isso não poderia prejudicar a população. E mencionou a ação de William Alemão para impedir a votação do projeto de lei que iria autorizar a prefeitura a tomar o empréstimo de R$ 580 milhões do Banco do Brasil.
“Nós temos que deixar as coisas bem claras para a população. Quem são os inimigos, da onde e qual partido esse vereador é, quais são as suas fileiras que ele pretende seguir ao se manter nesse partido, que lá também tem candidato a prefeito”, afirmou Raulzinho, se referindo ao deputado federal Amom Mandel (Cidadania), que está entre os favoritos nas pesquisas de intenção de votos.
Raulzinho também disse que a ação do colega era “covarde”. “Não só com esta Casa, com a Mesa Diretora desta Casa, com os vereadores desta casa, como é uma medida covarde com a população da cidade de Manaus”, afirmou.
“É muito fácil subir nesta tribuna e cobrar que a prefeitura possa executar os serviços, mas não libera recursos, não ajuda, não participa. É triste, é muito triste ver isto acontecer neste parlamento. Mas espero, se a justiça do homem não funcionar, a justiça de Deus falará”, completou Raulzinho.