O governador José Melo (Pros), antes de concluir a retardada reforma administrativa e de anunciar as mudanças no primeiro escalão de seu governo já começa a perder aliados que o ajudaram a se reeleger, quando poucos acreditavam na reeleição dele. Nos bastidores, políticos afirmam que até o ex-governador e senador eleito Omar Aziz (PSD), o principal articulador da campanha da reeleição, anda insatisfeito com a postura de Melo, muito em função de negócios da família Aziz no governo (leia-se: negócios dos irmãos de Omar). Nesta terça-feira, o empresário da comunicação Ronaldo Tiradentes disparou o primeiro petardo contra Melo, numa postagem no blog e no perfil dele no Facebook, afirmando que o governador terá um mandato relâmpago. Tiradentes, que na campanha eleitoral chegou a travar uma batalha com o maior cabo eleitoral do candidato Eduardo Braga (PMDB), o publicitário Durango Duarte, deixava evidências de sua preferência por Melo. No post, Ronaldo afirma que “Melo usou e abusou da máquina. Distribuiu dinheiro, computadores, remédios, asfalto e fez convênios com prefeituras, numa farra sem precedentes”. E conclui com a seguinte afirmação: “E há quem diga que faltará espaço na cela da Polícia Federal, quando descobrirem quanto foi gasto através de caixa 2”.
Limando companheiros
José Melo vem desagradando outros aliados, como os “companheiros” do PT que desobedeceram a orientação do partido para apoiar a reeleição. A perspectiva é que percam os cargos no primeiro e no segundo escalão. Nesse sentido, Melo tem adotado, depois do processo eleitoral, a mesma postura do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB), de limar aliados importantes na campanha eleitoral e privilegiar “novos cabeças”.
Dinheiro do Fundeb
O dinheiro do Fundeb ou a falta dele gerou reação dos professores e motivou a criação do movimento “Vem Pra Rua Pela Educação”. Na página do movimento no Facebook, está sendo organizado um ato público para os próximos dias e os alvos são o governador José Melo e o prefeito Arthur Virgílio Neto.
Farra e desvio
Os professores denunciam que os gestores estão fazendo farra com o dinheiro do Fundeb, destinado, principalmente, ao pagamento de salário da categoria. “O desvio de finalidade com o dinheiro do Fundeb já chegou aos extremos da arbitrariedade. Mas gastar R$ 4 milhões em encontro de gestores e R$ 1,2 milhão em salgadinhos é o cúmulo do absurdo e do abuso de poder da gestão Omar/Melo”, diz a postagem na rede social.
Arthur em destaque
Em outra postagem, o alvo é o prefeito Arthur Virgílio Neto. Com uma foto em que o político faz o ‘v’ da vitória com as duas mãos, os professores escreveram: “A pergunta que não quer calar: Arthur, cadê o dinheiro do Fundeb da Semed?”
Gedeão x Eron
Fontes do PMDB dão conta de que a disputa travada entre Eron Bezerra (PCdoB) e Gedeão Amorim (PMDB) por votos nas eleições passadas (ambos disputaram vaga de deputado federal na mesma coligação) se converteu, agora, em disputa por cargo federal no Estado. Ambos querem o comando da Eletrobras Amazonas Energia.
Seminf sob controle
Na reforma que o prefeito Arthur Virgílio Neto arquiteta para anunciar na próxima semana, está definido que na Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) será colocado um gestor subserviente. A ideia é que a pasta seja controlada diretamente por Arthur ou pela Secretaria de Governo. Entre os cotados está o presidente da Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula, aquele que distribuiu ingressos da Copa para vereadores e secretários e depois eles tiveram que pagar, dada a repercussão negativa da medida.