Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O vice-governador Carlos Almeida Filho (PSDB) afirmou, nesta quarta-feira (4), que a exoneração de Louismar Bonates do cargo de secretário de Segurança Pública do Amazonas é tardia e que a permanência dele no governo seria um “escândalo”. A manifestação foi publicada nas redes sociais do vice-governador.
No último dia 21 de julho, na ausência do governador Wilson Lima (PSC), Carlos Almeida Filho assinou ato que exonerou Bonates. Ele disse que “fez o que o Wilson já deveria ter feito há muito tempo”. No dia seguinte, o a cúpula do Governo do Amazonas divulgou nota afirmando que houve “fraude” no documento e que Bonates continuava como secretário.
O vice-governador alegou que o documento tinha validade, pois ele era o governador em exercício. O Governo do Amazonas, no entanto, sustentou que o Artigo 53 da Constituição do Estado prevê que “o governador só necessitará de um substituto para o cargo quando o seu afastamento do estado e/ou do país for maior que 15 dias – o que não é o caso”.
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Em entrevista à rádio CBN Amazônia no dia 22 de julho, Carlos Almeida Filho prometeu processar o governador Wilson Lima (PSC) e o diretor da Imprensa Oficial, João Guimarães Júnior, pela acusação de “fraude em documento” e pela não publicação do ato que exonerou o secretário Louismar Bonates no DOE (Diário Oficial do Estado).
Na terça-feira (3), o governador anunciou a troca de comando da SSP (Secretaria de Segurança Pública), da Seduc (Educação) e da Sead (Administração. O general de Exército Carlos Alberto Mansur assume a SSP, Maria Josepha Penella Pêgas Chaves, conhecida como Kuka Chaves, comandará a Educação.
Nesta quarta-feira (4), Lima afirmou que quem ocupa cargo comissionado pode ser trocado caso não atenda a missão. “Num time você tem que estar mudando o tempo todo. Quem assume um cargo comissionado tem que entender que a qualquer momento, quando não corresponder com a atitude ou com a missão pode ser substituído”, disse.
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Leia a nota de Carlos Almeida Filho na íntegra:
NOTA PÚBLICA
A decisão tardia do governador de substituir o titular da pasta de Segurança Pública, no rastro de minha determinação de exoneração do secretário, realizada no último dia 21 de julho, expõe que a prevaricação é uma das marcas do líder da gestão do Amazonas. Um governante que age visando satisfazer apenas seus interesses pessoais, e não motivado pelo escândalo que a permanência do secretário, liderando a pasta por meses a fio, representou aos amazonenses.
O colapso que atinge o estado não termina com esta manobra do governador. Além da crise na Saúde, segundo investigações, diversos desvios éticos atingem outras camadas do governo. Condutas que só poderão ser sanadas quando a moralidade prevalecer sobre os interesses escusos, e quando o governo abrir suas portas para uma investigação aprofundada de todos os indícios de crimes e corrupção que acometem o gabinete do chefe do executivo.
Carlos Almeida Filho – vice-governador do Amazonas.