Do ATUAL
MANAUS – José Pedro Freitas Graça, mais conhecido como Zé Pedro (PSD), tomou posse do cargo de prefeito de Borba (município a 150 quilômetros de Manaus) na noite deste sábado (27), após o afastamento de Simão Peixoto (PP) pelo prazo de 90 dias. O evento foi realizado na Câmara Municipal. Zé Pedro foi eleito vice-prefeito na chapa de Simão Peixoto, na eleição de 2020.
O vice assumiu o posto de prefeito após o desembargador João Simões determinar o afastamento e decretar a prisão preventiva de Simão Peixoto no âmbito da Operação Garrote.
De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Simão é suspeito de liderar um esquema de fraudes em licitações na Prefeitura de Borba.
Em um curto discurso, o prefeito temporário prometeu à população de Borba, de 42 mil habitantes, honrar o cargo “todos os segundos e minutos que Deus o permitir ficar à frente da prefeitura”. “Irei administrar Borba com muito trabalho, dedicação, honradez e responsabilidade”, afirmou Zé Pedro.
Zé Pedro Graça, de 46 anos, é natural de Borba. Empresário do ramo de transporte fluvial, casado, pai de três filhos e dois netos. Ele foi vereador duas vezes e presidente da Câmara Municipal.
Operação Garrote
Na última terça-feira (23), o MP-AM (Ministério Público do Amazonas) deflagrou a Operação Garrote para cumprir as medidas judiciais autorizadas pelo desembargador João Simões, mas não localizou Simão e a mulher, Aldine Mirella de Freitas. Outras medidas, como busca e apreensão e bloqueio de bens, foram cumpridas contra eles e outros servidores públicos e empresários.
De acordo com a apuração, Simão Peixoto “seria o principal beneficiário da organização”. “Para assegurar o vultoso resultado financeiro do crime, o prefeito se utilizaria de funcionários públicos da prefeitura e, principalmente, de parentes próximos, responsáveis por ‘blindá-lo’, assumindo o encargo das movimentações financeiras”, diz João Simões.
O esquema, segundo o Ministério Público, envolvia a simulação de licitações para beneficiar empresas ligadas ao prefeito. Após a assinatura do contrato e pagamento de valores, os empresários dividiam parte do dinheiro com os agentes que atuavam na fraude e com os parentes do prefeito, incluindo a esposa, o irmão, o enteado, cunhados e sobrinhos.
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