Por Teófilo Benarrós de Mesquita, da Redação
MANAUS – O vereador Elissandro Bessa (Cidadania) reclamou da atuação de representantes de bairros e líderes comunitários dentro de órgãos públicos municipais. “Patifaria” e “crime organizado” foram expressões usadas na tribuna da Câmara Municipal de Manaus na manhã desta segunda-feira (20). Elissandro Bessa disse que esses representantes estão de olho na eleição do ano que vem e “usando a máquina pública para fazer política”.
O vereador fez um parâmetro com as expectativas criadas pela realização da Copa do Mundo 2014 em Manaus, lembrando que nenhum legado foi deixado. E que agora “Manaus virou um canteiro de obras”. Em seguida, ele indagou: “Pois bem… Onde é que o Bessa quer chegar? Eu quero chegar numa prática que estava acontecendo na gestão passada tanto na Secretaria de Limpeza Pública quanto na Secretaria de Obras, que são as pessoas que se denominam representantes de bairros e líder comunitário”.
De acordo com o vereador, a administração atual está deixando voltar essa prática. Ele enxerga crime político nesse tipo de ação. “Eles já estão atuando dentro da prefeitura novamente. Isso era uma prática da prefeitura do Arthur Virgílio Neto. Deixar essas pessoas entrarem e dominarem a Secretaria”.
Bessa insinua que os representantes comunitários trabalham visando as eleições do ano que vem, se apropriando do ‘esforço’ dos parlamentares municipais.
“O vereador vai lá, atende a população, encaminha o requerimento, a secretaria atua, quando dá fé aparece um cidadão fazendo uma live, fazendo um vídeo, dizendo que foi ele que pediu, que ele já está trabalhando… O ano que vem… Essa política suja…”, afirmou.
Sem citar nomes, o vereador criticou secretarios que apoiam e incentivam o “lobby” municipal. “E o que está me deixando mais preocupado é que a secretaria e a prefeitura estão permitindo isso. Secretário fazendo vídeo com o dito cujo que diz que é líder. Meu amigo, deixa eu te falar uma coisa: secretário sério não faz isso”, reclamou. “Quem está fazendo é a prefeitura, com pedido de vereadores”, defendeu.
Indicando haver prática de crime político, Bessa acusou servidores municipais de participarem “dessa política suja”. “Que há chefe de distrito de obras envolvidos nisso já tem. Responsável, encarregado pelas obras da cidade já tem. Se esse cidadão já é candidato, se já está planejando isso, ele tem que se afastar. Ele está usando a máquina pública”, afirmou.
“Quero dizer a essas pessoas que estou fazendo um levantamento e vou encaminhar à delegacia do crime organizado. Isso é crime, usar a máquina pública para fazer politica”, disse. “Eu não poderia deixar passar batido isso, essas patifaria que está acontecendo na Prefeitura de novo”, disse.
“Eu sei do compromisso com a cidade de Manaus e com o serviço que tem o prefeito David Almeida, que não compactua com isso. Esperamos que ele pegue aquela guilhotina e corte a cabeça desse pessoal. Não precisa nem apurar; é só acompanhar pelas redes sociais e ver quem é. Corta a cabeça”, sugeriu.
Em agosto deste ano, o ATUAL ouviu cientistas políticos que avaliaram a política do “toma lá, dá cá” existente entre os poderes Executivo e Legislativo. É prática comum na página da Câmara Municipal de Manaus publicação de matérias com vereadores e secretários acompanhando obras e serviços da prefeitura nos bairros da cidade, como reformas de feiras e quadras esportivas, além do asfaltamento de ruas.
Após o pronunciamento, o vereador Wallace Oliveira (Pros), que presidia a sessão, comentou que “infelizmente as condições de oportunismo trazem no seu bojo o mau-caratismo. Em alguns momentos, o secretário é induzido ao erro por essas pessoas que estão se auto intitulando representantes sem ter recebido nenhum voto”. “É importante que se estabeleça a justiça do encaminhamento dos trabalhos que os vereadores fazem na rua diariamente”, disse.
Confira abaixo dois links com a fala do vereador Elissandro Bessa:
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