BRASÍLIA – A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) defendeu a presidente Dilma Rousseff, em discurso no Senado, na noite desta quarta-feira, 11, e disse que a denúncia contra ela é frágil e ilegítima. Segundo ela, os denunciantes a acusam de prática de ilícitos de natureza administrativa-penal, “prática essas, adotadas pelos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso, assim como por grande parte dos governadores, sem que nenhum deles tenha recebido qualquer reprimenda dos tribunais de contas”.
A senadora lembrou que quando jovem estudante, Dilma foi torturada, julgada e condenada por um tribunal de exceção ditatorial, referindo-se à ditadura militar. “Quis o destino que os ventos da democracia a transformasse na primeira mulher presidente da República do Brasil. E hoje, essa destemida, brava e combativa presidente Dilma Rousseff é mais uma vez submetida a julgamento, desta vez por um colégio que teria por obrigação defender o substrato da sua própria existência, ou seja, a democracia”.
Aprovando o impeachment, o Senado, na opinião da senadora, se transforma em um “colégio eleitoral de exceção, cujo objetivo é retirar a presidente legitimamente eleita e colocar em seu lugar um presidente que não obteve um voto sequer”.
Vanessa disse que os defensores do impeachment falam de tudo o que é tema para justificar seu voto, só não não falo de crime, “porque crime não há”. “O impeachment sem a fundamentação jurídica que lhe dê legitimidade é golpe”, disse a senadora.