Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Em reunião com o Sindipriv (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Serviço de Saúde do Amazonas) na manhã desta sexta-feira, 8, o secretário de Saúde Carlos Almeida Filho (PRTB), que também é vice-governador, disse que vai acionar o MPT (Ministério Público do Trabalho) contra as empresas que não pagarem os funcionários ou que estiverem coagindo os trabalhadores.
Almeida também pediu que os funcionários denunciem as irregularidades cometidas pelas empresas em documento que deve ser apresentado na própria secretaria. As denúncias, segundo o secretário, servirão para punir as terceirizadas que já receberam os valores, mas não estão pagando os trabalhadores. Terceirizados alegam estar há quatro meses sem receber.
“Se vocês querem providência, não há motivo para protestar. Até o momento nenhum problema foi documentado na secretaria. Como é que eu vou saber o que está acontecendo se não tem nenhum documento? Nós temos obrigação de cobrar responsabilidade sim das empresas, mas me documenta, me explica, que eu tomo providência”, afirmou Almeida.
Sobre as denúncias de que os funcionários estavam sendo ameaçados de demissão pelas empresas, o secretário afirmou que vai acionar o MPT, pois, segundo ele, a ameaça trata-se de assédio moral. Além das medidas do Ministério Público, as empresas também serão punidas com medidas administrativas da Susam (Secretaria de Estado de Saúde).
A Susam informou que a maioria das empresas já receberam os valores e que o pagamento depende da análise de documentos que comprovem a prestação de serviços pelas empresas. Segundo a Susam, esses documentos devem ser apresentados pelas próprias empresas.
‘Parceiros’
Os terceirizados da Saúde haviam marcado protesto em frente à sede da Susam, na Avenida André Araújo, na manhã desta sexta-feira, 8. O grupo foi chamado para reunião com o secretário e vice-governador Carlos Almeida Filho.
Essa é a terceira vez neste ano que os funcionários marcam protesto em frente à Susam. Para evitar mais protestos, o secretário de Saúde Carlos Almeida Filho disse que o governo é “parceiro” dos funcionários” e pediu para que eles não se comportassem como se não fossem.
Para o secretário, a gestão atual do Governo do Amazonas “tem o direito de ter voto de confiança por conta da nossa entrada pela primeira vez”. Carlos Almeida disse que nem ele e nem o governador Wilson Lima (PSC) são políticos de carreira.
Carlos Almeida Filho disse que os funcionários terão transparência no pagamento pelo Governo do Amazonas às empresas. Segundo o secretário, a lista com as terceirizadas que já receberam os pagamentos serão liberadas pela secretaria mediante solicitação.
‘Não acreditam em mim’
A líder do movimento, Graciete Mourinho, disse que a ida dela pela terceira vez à secretaria é em virtude da “descrença” dos trabalhadores com o que foi acertado nas reuniões anteriores e repassado por ela. “Vocês são multiplicadores. Vocês vão informar aos colegas tudo isso aqui para que eles não venham protestar porque vocês não acreditam em mim”, disse a enfermeira.
A funcionária também afirmou que acredita que os empresários espalham notícias em aplicativos de mensagem com intuito de confundir os funcionários e provocar manifestação contra a Susam. Quem sai ruim na foto quando nós fazemos os protestos é a secretaria. O que falta para as empresas é elas serem penalidades para nos respeitar”, afirmou Graciete Mourinho.