Por Valmir Lima, da Redação
MANAUS – O advogado da casal José Melo e Edilene Gomes de Oliveira, José Carlos Cavalcante, disse, na manhã desta quinta-feira, ao chegar à sede da Polícia Federal em Manaus, considerou “ilação” do MPF (Ministério Público Federal) a assertiva de que há fortes indícios de que eles eram chefes da organização criminosa que provocaram rombo na saúde pública do Amazonas.
“Os bens [de Melo e Edilene] tem valores ínfimos em comparação ao que foi apreendido de todos os outros membros da quadrilha. Então, se o José Melo, como governador, é tido como chefe de organização criminosa, é o chefe mais enganado de qualquer organização criminosa no mundo”, disse.
Ele disse que Melo não tem patrimônio, que as contas da família foram bloqueadas a bastante tempo e só encontraram dinheiro declarado e lícito. “Na casa dele, o valor que tinha era proveniente de um empréstimo bancário que já foi demonstrado. Então, quer dizer: não há nada, absolutamente nada que ligue o ex-governador a esse tipo de conduta que está sendo investigada na Operação Maus Caminhos”, disse.
O casal Melo e Edilene tiveram a prisão preventiva decretada na noite de quarta-feira, 3, pela juíza federal Jaiza Maria Pinto Fraxe, sub a suspeita de práticas de crimes de peculato, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, corrupção e formação de organização criminosa. Eles estão presos na sede da Polícia Federal, devem ser levados ainda nesta quinta-feira, aos centros detenção provisória mantidos pelo Estado.
Motivação das prisões
As prisões de José Melo e Ediline Oliveira foi pedida pelo Ministério Público Federal, que alegou que a ex-primeira-dama estava destruindo provas que poderiam elucidar os crimes investigados no processo da Operação Maus Caminhos e intimidando testemunhas.
O advogado nega, e diz que não há fato novo que justificasse a prisão preventiva do casal.
(Colaborou Patrick Motta)