Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – A Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) afirmou, nesta quinta-feira, 18, que recebeu com “surpresa” e “preocupação” a decisão do governo federal de reduzir de 35% para 20% a alíquota do imposto de importação de bicicletas.
Para a associação, a medida coloca em risco empregos em todo o país, pois existem centenas de empresas que montam as bicicletas através de aquisições de componentes nacionais e importados e, agora, terão concorrência direta dos produtos importados, como aqueles fabricados em países asiáticos.
De acordo com a Abraciclo, a indústria brasileira de bicicletas instalada no PIM (Polo Industrial de Manaus) é a 4ª maior produtora mundial e gera cerca de 4,5 mil empregos diretos e indiretos.
A associação afirma que redução do imposto “vem na contramão da necessidade do país em gerar mais postos de trabalho e renda”, pois ocorre no momento em que as fabricantes nacionais instaladas no PIM “se desdobram para manter os empregos e a produção, diante dos impactos da pandemia e a adoção de rigorosos protocolos de segurança aos seus colaboradores e prestadores de serviços”.
A Abraciclo diz ainda que as bicicletas produzidas em Manaus contam com o mesmo nível de qualidade das marcas globais “graças aos investimentos contínuos que as fabricantes têm feito em tecnologia e modernização”.
De acordo com a associação, as empresas vinham negociando com o governo federal a necessidade de se reduzir o custo Brasil e, com isso, aumentar a competitividade, paralelamente à adoção de medidas de abertura comercial.
‘Ataques à ZFM’
Publicada no diário oficial da União nesta quinta-feira, 18, a Resolução n° 159/2021, do Cecex (Comitê Executivo de Gestão), estabelece que a diminuição da alíquota, que atualmente é de 35%, deverá ocorrer de forma gradual, sendo a primeira para 30% em março, a segunda para 25% em julho e a terceira para 20% em dezembro.
Na manhã desta quinta-feira, a Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas), que reúne empresas que atuam na importação de bicicletas, comemorou a redução da alíquota. O grupo afirmou que apresentou o pleito em novembro de 2019 e que a decisão favorável do governo federal “é uma vitória do mercado de bicicletas”.
Para parlamentares do Amazonas, a medida é considerada um ataque à Zona Franca de Manaus, pois resultará no encerramento de cerca de 5 mil empregos no PIM (Polo Industrial de Manaus). Segundo eles, com a redução do imposto, países como a China, que produz bicicletas a um preço baixo, poderão competir no mercado nacional e desmontar empresas brasileiras que estão na Zona Franca de Manaus.
Leia a nota da Abraciclo na íntegra:
POSICIONAMENTO DA ABRACICLO SOBRE REDUÇÃO NO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO DE BICICLETAS
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – ABRACICLO informa que recebeu com surpresa e preocupação a medida anunciada ontem pelo GECEX – Comitê Executivo de Gestão, da Câmara de Comércio Exterior – órgão ligado ao Ministério da Economia, de reduzir de 35% para 20% a alíquota do imposto de importação de bicicletas no Brasil até o final do ano.
No momento em que as fabricantes nacionais instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) se desdobram para manter os empregos e a produção, diante dos impactos da pandemia e a adoção de rigorosos protocolos de segurança aos seus colaboradores e prestadores de serviços, esta medida vem na contramão da necessidade do País em gerar mais postos de trabalho e renda. Beneficiando apenas os países asiáticos, principais produtores e exportadores de bicicletas.
A diminuição da alíquota coloca em risco empregos em todo o País, uma vez que existem centenas de empresas que montam as bicicletas através de aquisições de componentes nacionais e importados e, agora, terão concorrência direta dos produtos importados.
É importante enfatizar que as bicicletas produzidas no Polo de Manaus contam com o mesmo nível de qualidade das marcas globais, graças aos investimentos contínuos que as fabricantes têm feito em tecnologia e modernização. As empresas vinham negociando com o Governo Federal a necessidade de se reduzir o custo Brasil e, com isso, aumentar a competitividade, paralelamente à adoção de medidas de abertura comercial.
A Indústria Brasileira de Bicicletas, instalada no PIM desde 1975, é a 4ª maior produtora mundial e gera cerca de 4,5 mil empregos diretos e indiretos.
CHEGA DE PROTEGER EMPRESAS ULTRAPASSADAS