Da Redação
MANAUS – A Polícia Federal pediu a prisão e o afastamento de Wilson Lima do cargo de governador do Amazonas, mas o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Francisco Falcão negou o pedido sob alegação de que “não se justifica a imprescindibilidade da decretação da extraordinária medida cautelar de privação de liberdade do chefe do Executivo estadual ao menos neste momento”.
O ministro autorizou apenas busca e apreensão contra Wilson Lima, que está cumprindo agenda em Brasília e que deve retornar a Manaus ainda nesta terça-feira, segundo o Governo do Amazonas. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa do governador em Manaus e no quarto em que ele está hospedado em Brasília.
A Operação Sangria cumpriu 20 mandados de busca e apreensão e oito de prisão temporária, nas cidades de Manaus (AM) e de São José dos Campos (SP). Conforme o MPF (Ministério Público Federal), foram identificadas compras superfaturadas de respiradores, direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados.
Além de Simone Papaiz, foram alvos de prisão temporária três ex-secretários e quatro empresários.
Wilson Lima é citado pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo como comandante do suposto esquema que desviou dinheiro público através da compra pela Susam (Secretaria de Estado de Saúde) de 28 respiradores por R$ 2,9 milhões. Araújo sustentou que as investigações permitiram, até o momento, “evidenciar que se está diante da atuação de uma verdadeira organização criminosa”.
“Os fatos ilícitos investigados têm sido praticados sob o comando e orientação do governador do estado do Amazonas, Wilson Lima, o qual detém o domínio completo e final não apenas dos atos relativos à aquisição de respiradores para enfrentamento da pandemia, mas também de todas as demais ações governamentais relacionadas à questão, no bojo das quais atos ilícitos têm sido praticados”, disse Lindôra Araújo.