A Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) está sendo considerada por técnicos do governo uma ‘pedra’ no sapato do governador José Melo (PROS). Nos últimos dez anos, a secretaria não foi priorizada pelos governos anteriores, dos quais o próprio José Melo fazia parte. Hoje, a pasta não consegue equilibrar investimentos com resultados concretos e visíveis à sociedade. O órgão acabou se tornando um “elefante branco” por não conseguir atender o público para o qual foi criada, que são os trabalhadores do setor primário do Estado. Essa constatação foi feita pelos próprios agricultores, que passaram grande parte dos anos de 2013 e 2014 realizando manifestações nas estradas para protestar contra o precário sistema de logística para o escoamento da produção na zona rural e a ausência de infraestrutura dos ramais, serviços básicos que deveriam desenvolver a Sepror.
Orçamento minguado
Sem falar de quem é a culpa ou o que causou o engessamento da Secretaria de Produção Rural, José Melo prometeu, na leitura da sua mensagem governamental de 2015, o reajuste no orçamento da secretaria. Este ano, o órgão teve a previsão de orçamento reduzida em R$ 700 mil. Em 2014, a pasta ficou com uma previsão orçamentária de R$ 50,9 milhões e de R$ 50,2 em 2015. A previsão, no entanto, não representa muita coisa. Em 2014, o governo autorizou gastos de R$ 115 milhões para a pasta e foram empenhados R$ 99,5 milhões. Em 2013, previsão foi de R$ 49,6 milhões, foram autorizados R$ 88,3 milhões e empenhados R$ 70,1 milhões.
Deputado aceita convite
Mesmo sabendo das dificuldades pelas quais passa a Secretaria de Produção Rural, o deputado estadual Sidney Leite (Pros) aceitou o convite de administrar a pasta. Ele relutou em aceitar o cargo, e, agora, conta com o cumprimento da promessa do governador José Melo para o aporte de recursos em um ano em que a tônica do discurso do governo é cortar gastos.
De pernas para ar 1
A demora do governador José Melo em concluir sua reforma administrativa causa uma paralisia na administração estadual. Enquanto Melo não oficializa os novos secretários e confirma nomes de atuais gestores que vão ficar nas pastas, os servidores do Estado estão literalmente de pernas pro ar, ou, como dizem nas repartições, estão com os pés sobre a mesa esperando o que vai acontecer. Os atuais chefes estão mais preocupados em se articular para se manter nos cargos do que tocar o trabalho.
De pernas para ar 2
O mesmo estado de letargia pode ser constatado na administração municipal. Em uma parte das secretarias da Prefeitura de Manaus, os funcionários aguardam o eterno anúncio da reforma administrativa prometida por Arthur Virgílio Neto há praticamente três meses.
Efeito midiático
De olho nos holofotes da mídia, o deputado federal Hissa Abrahão (PPS), recém-empossado no cargo, não para de mostrar trabalho e a cada ação de seu novo mandato ele posta um vídeo nas redes socais. Dos oito parlamentares da bancada do Amazonas na Câmara dos Deputados, ele foi o único a apresentar dois projetos de leis, segundo o site oficial do Parlamento. Entre as propostas está uma que vai impedir que a Justiça bloqueie recursos destinados ao pagamento de trabalhadores de empresas encrencadas com a lei. Resta saber se Hissa conseguirá se articular o suficiente para fazer vingar sua proposta em Brasília. A batalha é árdua.
Desfile de picapes
Os deputados estaduais que tomaram posse no último domingo e que antes andavam em seus humildes automóveis, desde segunda-feira passaram a desfilar em picapes de luxo com motorista. Cada parlamentar tem direito a uma Amarock cabine dupla, alugada pela Assembleia Legislativa do Estado.
Fiscal endividado
O Portal da Transparência do Governo do Estado mostra o Ministério Público do Estado do Amazonas como o mais endividado dos órgãos da administração. De restos a pagar e de despesas pagas do exercício anterior, o MP-AM acumula R$ 89,2 milhões, o que representa 38% do orçamento previsto para 2015, de R$ 232,7 milhões.