Da Redação
MANAUS – Sessenta e duas pessoas acumulam 304 denúncias na Operação Maus Caminhos, que investiga desvios de R$ 150 milhões da Saúde Pública do Amazonas. As ações penais são do MPF (Ministério Público Federal). O médico Mouhamad Moustafa, considerado líder de esquema de desvios de recursos, foi denunciado 65 vezes.
Vinte e uma novas denúncias foram apresentadas na segunda-feira, 25, pelo procurador da República Alexandre Jabur. Desse total, 19 ações envolvem o médico e empresário.
Os crimes imputados a Mouhamad Moustafa são por tráfico de influência, peculato, dispensa indevida de licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem ou ocultação de bens, tortura e organização criminosa.
Em maio de 2018, o médico foi condenado por organização criminosa e cumpre medidas cautelares restritivas impostas pelo TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região).
A empresária Priscila Marcolino acumula 49 denúncias e uma condenaçao por organização criminosa. De acordo com o MPF, a empresária era responsável por “dar ordens sobre todos os pagamentos realizados pelo INC (Instituto Novos Caminhos) a fornecedores e a não fornecedores, com ou sem a apresentação de notas fiscais”.
Priscila Marcolino também controlava os saques em espécie realizados nas contas bancárias das empresas do grupo econômico composto pela Salvare, Total Saúde e Simea “afim de dar início ao pagamento de propina a agentes públicos”.
Em terceiro lugar do ranking de envolvidos na Maus Caminhos com maior número de denúncias está a enfermeira Jennifer Naiyara, que responde a 43 processos. A enfermeira é apontada como chefe do núcleo operacional do esquema que desviou dinheiro da Saúde do Amazonas.
Jennifer foi condenada por organização criminosa e é a única denunciada que fez acordo de delação premiada.
A enfermeira é denunciada por peculato, dispensa indevida de licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores e organização criminosa.
Paulo Roberto Galácio, ex-presidente do INC e chefe do núcleo operacional antes de Jennifer, tem 27 denúncias. De acordo com o MPF, ele tinha a responsabilidade de manter em funcionamento as unidades geridas pelo INC, zelas pela “aparente legalidade dos serviços prestados, contratar empresas que aceitassem participar do esquema e fazer com que fossem atestados serviços e a entrega de materiais inexistentes ou superfaturados”.
O ex-presidente do INC responde por peculato, dispensa indevida de licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, peculato e organização criminosa.
Alessandro Viriato, que é apontado como “um grande articulador” do núcleo empresarial do esquema, tem 15 denúncias apresentadas pelo MPF. Entre elas, por peculato, dispensa indevida de licitação, corrupção ativa e passiva e tortura. Viriato foi condenado por organização criminosa.C