Do ATUAL
MANAUS – A Polícia Federal apreendeu joias de luxo e documentos na Operação Jurupari, deflagrada na manhã desta terça-feira (27) em Manaus. A ação ocorre também nas cidades de Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR) de combate ao garimpo ilegal e sonegação de impostos.
Também é alvo da operação crime ambiental de extração de minérios sem autorização, movimentação financeira sem autorização, crime ambiental de utilização de substância perigosa ou nociva à saúde ou ao meio ambiente (mercúrio/cianeto), organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A operação mobiliza 20 policiais federais e 10 militares do Exército Brasileiro que cumprem três mandados de prisão preventiva e oito ordens judiciais de busca e apreensão expedidas pela 7ª Vara Federal Ambiental e Agrária do Amazonas. Foi foi determinado o bloqueio de bens e valores das pessoas físicas e jurídicas investigadas e o sequestro de bens móveis e imóveis.
A ação é o resultado de atuações criminosas apuradas no período de 2020 a 2023 e que ainda persistem.
Sobre a investigação
As investigações tiveram início em outubro de 2020, a partir da prisão em flagrante de duas pessoas na cidade de Ji-Paraná/RO enquanto tentavam transportar 60g de ouro em lingote, sem qualquer documentação comprobatória de origem lícita, avaliado em R$ 18,6 mil . A partir da apreensão dos aparelhos telefônicos em posse dos detidos, foram constatados indícios de extensa rede de exploração ilegal de garimpo na região de Japurá, no Amazonas.
Um dos presos foi assassinado no dia 14 de outubro de 2020 em frente à sua loja de revenda de carros, na cidade de Curitiba (PR), após ter sido solto na audiência de custódia.
A PF identificou que o responsável pela exploração ilegal de garimpo é um homem que utiliza a esposa e uma empresa para facilitar transações ilegais de ouro. Eles também utilizam várias empresas de metais para realizar a atividade de “esquentamento” do minério (lavagem de ativos).
Também foi verificado o envolvimento de militares de alta patente que recebiam valores regulares, através da empresa de importação e exportação de minérios. Um militar supostamente repassaria informações privilegiadas e interferiria nas operações de combate aos garimpos ilegais. Sua esposa recebia valores em nome dos investigados.
Segundo a PF, os envolvidos exploram a dificuldade de fiscalização ambiental na região de Japurá para cometer crimes contra o meio ambiente. Isso inclui a Estação Ecológica Juami-Japurá, que tem sido alvo de devastação, afetando o ecossistema amazônico.
A PF informou que que pessoas físicas e jurídicas eram usadas para realizar lavagem de dinheiro no mercado ilegal de ouro. Além disso, um investigado atua como operador financeiro dos crimes cometidos por uma liderança da organização.
Não foi encontrada autorização de lavra garimpeira ativa no local de extração de ouro, conforme verificado por meio de consultas à Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipamm) e análise telemática dos envolvidos.