MANAUS – Não dá para falar sobre excelência sem, obrigatoriamente, recorrer à célebre frase atribuída ao filósofo grego Aristóteles: “Nós somos aquilo que fazemos repetidamente; portanto, excelência não é um ato, é um hábito”.
Originalmente, a fala não foi escrita dessa forma. Trata-se de uma citação de Will Durant, filósofo americano que viveu entre os séculos XIX e XX e que, de forma brilhante, parafraseou poeticamente um trecho da obra Ética a Nicómaco, do grego, na qual ele diz o seguinte: “São necessários muitos anos para esse exercício (referindo-se à excelência ou virtude), pois, assim como um único perfume e um belo dia não fazem uma primavera, um único dia ou um breve período não fazem um homem venturoso e feliz”.
No artigo de hoje, pretendo falar um pouco sobre excelência partindo dessas frases que, embora distintas, têm o mesmo significado e ressoam profundamente na cultura contemporânea, especialmente no cultivo dos hábitos que moldam nosso caráter e nosso destino pessoal e profissional.
O que Aristóteles e Durant estão falando é sobre a força do hábito, da prática constante e rotineira daquilo que vai nos moldar enquanto indivíduos plenos em nossa essência, a nossa virtude. Os filósofos estão dizendo que a busca pela virtude, o nosso bem maior, exige foco de todo um propósito de vida.
Excelência não é algo que se encerra quando é alcançada. Tem que ser cultivada no dia a dia com boas práticas e melhorias constantes. Se queremos ser virtuosos, excelentes, precisamos incorporar hábitos que nos levarão a alcançar esses objetivos na nossa rotina. Portanto, excelência é resultado do desejo de ser melhor, mas ela só será verdadeira se for um desejo intrínseco da pessoa que a está buscando, já que exige disciplina.
Se queremos ser prósperos, temos que buscar boas práticas que nos levem a esse propósito. Da mesma forma que, se queremos ser éticos, não podemos praticar atos de corrupção e que ferem a moralidade. Não basta parecer, tem que ser. Uma vez praticada com constância, a busca pela excelência se torna um hábito, algo natural, independentemente da ocasião.
Atingir o mais alto nível de desempenho requer esforço intencional e contínuo. Um exemplo de como as coisas não funcionam se você não tiver constância na rotina daquilo que quer para a sua vida são as promessas de fim de ano. Muitas pessoas plantam intenções como emagrecer, parar de fumar, e por aí vai. A maioria consegue iniciar o ano fazendo exercício e dieta e até abandona o cigarro por algum tempo.
A diferença entre quem vai ter sucesso e quem vai fracassar no propósito está nos hábitos que as pessoas vão estabelecer para alcançar o desempenho esperado. O certo é que a maioria absoluta não terá sucesso por falta de um plano, uma rotina, perseverança, constância.
O hábito é o principal fator para o crescimento pessoal. A disciplina te leva ao hábito. O hábito te leva à excelência e a excelência te leva ao sucesso. Quem busca a excelência não está preocupado em fazer um trabalho bem feito ou apenas superar metas no final do ano. Quer manter sempre os mais altos padrões em tudo o que desempenha, constantemente.
A constância e o imediatismo dos nossos atos são essenciais para se adquirir hábitos. Não podemos postergar o que precisa ser feito. É preciso fazer melhor hoje, sem procrastinação. Isso puxa outras melhorias, que trarão outras e, assim, sucessivamente.
Como tudo na vida, a excelência só será verdadeira se for um desejo intrínseco. Portanto, seja nos negócios ou na vida pessoal, é importante fazer o melhor agora, dentro das possibilidades, almejando passos maiores a cada dia. Aí, sim, você viverá em pleno estado de excelência.
Roseane Mota é jornalista, formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e aluna do programa mentorado Bússola Executiva. É servidora pública do quadro efetivo do Estado e coordenadora de Comunicação na Unidade Gestora de Projetos Especiais - UGPE, do Governo do Amazonas.
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