Do ATUAL, com Agência Brasil
MANAUS – Entre os 100 maiores municípios do país, Manaus é o 85º em Índice dos Desafios da Gestão Municipal com 0,518 pontos. Caiu 15 posições no ranking desde 2010. O índice avalia políticas públicas na saúde, educação, saneamento e segurança.
A classificação foi estabelecida a partir de indicadores públicos para essas áreas, como a taxa de mortalidade por habitante, a quantidade de crianças matriculadas e o acesso a atendimento pré-natal, entre outros.O estudo, em sua sexta edição, foi realizado pela consultoria Macroplan.
Manaus tem desafios críticos na segurança com taxa de homicídios de 54,8 por 100 mil habitantes, no esgoto tratado que atinge apenas 21,8% do volume de água consumida, e na coleta de lixo.
No desafio de trajetória, que inclui serviços públicos que pioraram na última década, a capital amazonense registrou 275,4 mortes por 100 mil habitantes na faixa dos 30 a 69 anos de idade de mortalidade prematura por DCNT (doenças crônicas não transmissíveis).
Outro indicador é o desafio de nível, que considera serviços que estão piores do que o valor de referência. Manaus alcança 60,3% das crianças nascidas vivas com pré-natal adequado; atinge 85,6% das crianças de 4 a 5 anos matriculadas na pré-escola; registra 55,4% de perda na distribuição de água potável consumida; a taxa de matrícula em creche é de 10,7% entre as crianças de 0 a 3 anos; a mortalidade infantil na capital é de 13,6 bebês por mil nascidos vivos; a taxa de mortes no trânsito é de 14,2 por 100 mil habitantes; e obteve 5,1 pontos no Ideb do ensino fundamental 2.
Os melhores indicadores da capital são na cobertura de saúde da atenção básica, em que alcança 72,4% da população; no Ideb do ensino fundamental 1, com nota 6,2 pontos; e no fornecimento de água potável com cobertura de 100% dos consumidores da capital.
Entre as quatro áreas analisadas, Manaus teve sua melhor posição em Saúde: 57ª posição. A posição nas outras áreas foi: 71ª em Educação, 89ª em Saneamento e Sustentabilidade e 96ª em Segurança. Na última década, a cidade melhorou sua posição no ranking em uma área, e perdeu posições em três: Educação (+2 posições); Saúde (-1 posição); Segurança (-22 posições); e Saneamento e Sustentabilidade (-20 posições).
As cidades analisadas detêm cerca de metade do PIB (Produto Interno Bruto). O índice apontou situação melhor nas regiões Sudeste e Sul, onde estão os 25 municípios melhor avaliados. Goiânia (27ª) e Palmas (28ª) são as cidades com melhor classificação fora das duas regiões. As cinco cidades com melhores índices foram Maringá (PR), em primeiro lugar, seguida por Franca (SP), Jundiaí (SP), Uberlândia (MG) e Curitiba (PR).
Os únicos estados com cidades entre as 25 melhores foram o Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e o Espírito Santo. O Norte e o Nordeste aparecem com 16 cidades entre as 25 piores avaliadas no ranking, que tem também grande presença de municípios do Rio de Janeiro, seis ao todo, dos quais cinco da Baixada Fluminense.
As cinco últimas posições couberam às cidades de Nova Iguaçu (96ª), Porto Velho (97ª), Belford Roxo (98ª), Duque de Caxias (99ª) e Macapá (100ª). A diferença de pontuação entre a primeira colocada, com índice de 0,765, e a última, com 0,403, demonstram que os atendimentos com políticas públicas têm peso consideravelmente menor, mesmo considerando populações parecidas.
Em nota, a coordenadora do estudo e diretora de estudos e dados da Macroplan, Adriana Fontes, avaliou que “o Brasil sempre foi conhecido pela elevada desigualdade que se reflete no desempenho dos municípios”.
“O estudo aponta resultados muito distintos entre municípios com tamanho de população similar dentro de uma mesma região. Gerir com base em evidências, trabalhar em cooperação com outros entes da Federação, buscar as boas práticas de outras cidades e dar continuidade às políticas públicas exitosas é fundamental para evoluir de forma mais acelerada, evitando desperdícios de recursos e reduzindo desigualdades”, afirmou.
Os indicadores agrupados compreenderam o período entre 2010 e 2023, criando um índice próprio, com critérios semelhantes ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e que acompanhou a trajetória dos dados municipais nas últimas cinco gestões.
O recorte estabelecido determinou uma maioria de cidades estudadas na Região Sudeste, sendo 30 dos municípios na lista em São Paulo, unidade federativa mais representada. Na contramão, os estados do Acre, de Alagoas, do Amapá, Amazonas, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, de Rondônia, Roraima, Sergipe e do Tocantins têm somente suas capitais avaliadas. Brasília, no Distrito Federal, não foi considerada.