Por Maria Derzi, da Redação
MANAUS – Na propaganda política, imagem é tudo. Mas custa caro. A produção de filmes para o horário eleitoral gratuito foi o maior gasto de campanha dos nove candidatos à Prefeitura de Manaus no primeiro turno das eleições. Alguns investiram também em pesquisas de intenção de votos, outros optaram por aplicar dinheiro na militância de rua. A produção de ‘santinhos’ também está entre as despesas, mesmo em plena era da internet.
Estreante em eleição para cargo executivo, professor Marcos Antônio Queiroz (PSOL) gastou R$ 6,577 mil em produção de programas de rádio e para a TV. Com 12 segundos no horário eleitoral na televisão, Queiroz preferiu investir na produção de impressos para conquistar votos. Com adesivos, gastou R$ 750. Foi a menor despesa entre os pretendes à prefeitura no primeiro turno.
O ex-prefeito e atual deputado estadual Serafim Corrêa (PSD) gastou R$ 100 mil com programas de TV e rádio. Na TV, o tempo de Serafim foi 44 segundos. Com impressos, Corrêa pagou R$ 22 mil por material de divulgação. Ainda constam na declaração de despesas R$ 25 mil com serviços prestados por terceiros e R$ 12 mil de despesas diversas.
Luiz Castro (Rede) teve maior gasto com pessoal: R$ 12,593 mil. Diferente dos demais, o deputado estadual deixou em segundo plano a produção de programas eleitorais para rádio e TV, que custou R$ 7,360 mil, conforme declarado ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Castro, que teve apenas 14 segundos de tempo no horário eleitoral na televisão, desembolsou R$ 6 mil para alugar veículos e outros R$ 6 mi com o aluguel de imóveis. O custo de material impresso foi de R$ 4,579 mil.
O ex-vice-prefeito de Manaus e deputado federal Hissa Abrahão (PDT) gastou mais dinheiro com adesivos: R$ 47,8 mil declarados ao TRE. A segunda maior despesa de Hissa também foi com impressos: R$ 38,720 mil. A despesa com vídeos para a TV e gravações para o rádio custaram R$ 30 mil ao candidato, que dispôs somente de 30 segundos na TV. As despesas de Hissa com pessoal foram de R$ 10,2 mil. Também gastou R$ 24 mil com aluguel de veículos.
Menos tempo
O valor menor gasto por alguns candidatos com programas para o horário eleitoral se deve ao pouco tempo disponível. Mudança na legislação eleitoral reduziu de 30 para 10 minutos o horário eleitoral e alguns candidatos tiveram que anunciar suas propostas em questão de segundos.
Com tempo razoável, de 1 minuto e 28 segundos, o deputado estadual José Ricardo (PT) investiu R$ 105 mil em vídeos e gravações para a TV e rádio, respectivamente. Banners, cartazes e santinhos custaram ao petista R$ 34,483 mil. José Ricardo declarou despesas de R$ 19 mil com serviços de terceiros e mais R$ 17,277 mil com atividades de militância e mobilização de rua.
Já o vice-governador do Amazonas, Henrique Oliveira (SD), declarou despesas contratadas de R$ 400 mil com programas para o rádio e TV, apesar dos 25 segundos disponíveis para apresentar suas propostas. A segunda maior despesa de Henrique foi com atividades de militância e mobilização de rua: R$ 102,839 mil. Outros R$ 98 mil foram destinados a material impresso, sendo R$ 54,3 mil para adesivos. Com aluguel de veículos, o gasto foi de R$ 54 mil.
O deputado federal Silas Câmara (PRB), que teve 44 segundos na TV, declarou R$ 630 mil em gastos com produção de vídeos e gravações para o rádio, a segunda maior despesa entre os nove candidatos no primeiro turno. Com material impresso, Silas gastou R$ 134 mil. Só com adesivos, fora, R$ 47,6 mil. O trabalho dos cabos eleitorais e assessores custou ao deputado R$ 96 mil. Consta ainda na prestação de contas de Silas R$ 100 mil em despesas a especificar.
Marcelo Ramos (PR), que passou ao segundo turno, declarou que gastou R$ 400 mil com programas para o horário eleitoral gratuito. Ele dispôs de 2 minutos e dois segundos no primeiro turno. Com pessoal, o advogado gastou R$ 287,932 mil. A terceira maior despesa de Ramos no primeiro turno foi com eventos de promoção de candidatura, no valor de R$ 150 mil. Teve ainda R$ 144 mil em gastos com alimentos e mais de R$ 126 mil com produção de publicidade impressa.
Com maior tempo na TV, 3 minutos e 41 segundos, o prefeito Arthur Neto (PSDB), adversário de Ramos no segundo turno, investiu R$ 1,1 milhão nos programas do horário eleitoral. Com pessoal, a despesa declarada foi de R$ 900 mil. Serviços prestados por terceiros custaram R$ 600 mil. Arthur também declarou despesa de R$ 120,8 mil com pesquisa de opinião do Ibope.