Da Redação
MANAUS – Após ter o pedido de vista do requerimento de intervenção federal rejeitado, a deputada Joana Darc (PL), líder do governo na ALE (Assembleia Legislativa do Amazonas), criticou a postura do presidente Josué Neto (PRTB), que chamou de arbitrária, e afirmou que ele está “politizando o caos”.
“Eu sou uma mulher que não abaixa a cabeça para presidentes autoritários. (…) Me colocarei quantas vezes for com relação aos posicionamentos pessoais, partidários e políticos do presidente Josué Neto. (…) Infelizmente, ele faz questão de ficar me constrangendo, me bloqueando no WhatsApp, não disponibilizando a pauta para uma deputada”, disse Joana Darc.
Antes da votação, a deputada pediu vista do requerimento alegando que não havia recebido a pauta do dia e que não teve tempo de analisar o documento devido a complexidade da matéria. Entretanto, apenas os deputados Doutor Gomes e Saullo Vianna votaram a favor da suspensão da discussão e o pedido de vista foi derrubado.
Além do presidente da ALE, assinaram o requerimento a deputada Mayara Pinheiro (PP) e os deputados Péricles Nascimento (PSL), Fausto Júnior (PV), Felipe Souza (Patriota), João Luiz (Republicanos), Dermilson Chagas (PP) e Wilker Barreto (Podemos).
No documento, os parlamentares citam o aumento de casos confirmados de Covid-19 no Amazonas, o “colapso” e a “má-gestão do sistema de saúde” e a recusa da secretária de Saúde, Simone Papaiz, para prestar esclarecimentos aos deputados. Também afirmam que “o planejamento e execução da gestão da saúde” ocorre de forma “desordenada e ineficiente”.
Após Josué Neto anunciar que o requerimento ao presidente Jair Bolsonaro estava aprovado, Joana Darc afirmou que o pedido de intervenção seria utilizado “de forma politizada” e citou “certa arbitrariedade” do presidente da ALE, usando como exemplo a divulgação de um comunicado em nome de todos os deputados sem aval dela.
“E eu só tomei conhecimento dessa nota quando ela foi publicada nas redes sociais. Eu não fui consultada, eu não fui informada. Então, a gente vê uma certa arbitrariedade acontecendo”, afirmou Joana Darc.
Ela questionou a ausência de manifestação da ALE em relação a participação do presidente Jair Bolsonaro em atos pró-intervenção militar no domingo, 19.
“Parece que nas notas e os posicionamentos da Assembleia, que é de todos os 24 deputados, oposição e situação, nós não somos consultados. E, infelizmente, o que sai da cabeça do presidente Josué Neto se coloca como se fosse um posicionamento de toda a Assembleia Legislativa”, afirmou Darc.
A deputada afirmou que aguenta “todas as perseguições que o presidente da Assembleia Legislativa Josué Neto tem feito” a ela há dois meses, quando a bloqueou em aplicativo de mensagens. “Senhor presidente, me desbloqueie do WhatsApp, que eu preciso tirar dúvidas. Porque você está politizando a situação do caos. E eu acho que isso não é adequado no momento”, disse Joana Darc.
O presidente Josué Neto, autor do requerimento, não respondeu às declaração de Joana Darc. Afirmou, apenas, que a assembleia não estava tratando de questões menores, como o WhatsApp, mas de vidas de pessoas que estão sendo tiradas pela Covid-19.