Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – A juíza Ana Paula Serizawa, da 4ª Vara Criminal da Justiça Federal do Amazonas, aumentou o perímetro de confinamento do ex-governador José Melo, cassado em 2017 por compra de votos nas eleições de 2014, e da ex-primeira-dama Edilene Gomes, que estavam proibidos de deixar o município de Manaus sem autorização da Justiça. Com a decisão, o casal tem acesso ao sítio no KM 123 da rodovia AM-010, em Rio Preto da Eva (a 57 quilômetro de Manaus).
De acordo com Serizawa, Melo e Edilene “costumavam frequentar o sítio semanalmente” e têm feito constantes pedidos para ir ao local. Além disso, a magistrada considerou que o monitoramento por tornozeleira alcança, além de Manaus, os municípios de Iranduba, Manacapuru, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Itacoatiara e Borba.
“Considerando que os requerentes costumavam frequentar o sítio semanalmente, passando lá a maior parte de seus dias, e diante da informação de que há cobertura do sistema de monitoramento no local, retifico a decisão de fl. 578, para fixar o novo perímetro de confinamento dos réus, que passa a ser a cidade de Manaus e o município de Rio Preto da Eva”, afirma Serizawa.
A juíza manteve a proibição de Melo e Edilene para acessar órgãos públicos e privados envolvidos na Operação Maus Caminhos, o recolhimento domiciliar no período noturno e o comparecimento periódico à Justiça Federal do Amazonas, no prazo e nas condições determinadas pela juíza, para informar e justificar atividades.
No último dia 10 de agosto, em depoimento à juíza Ana Paula Serizawa, Melo afirmou que a renda dele provém da pensão vitalícia de R$ 34 mil, que corre o risco de ser anulada pela Justiça do Amazonas, e da venda de aves e frutas do sítio dele em Rio Preto da Eva. “Parte dessa renda tem sido utilizado no nosso sustento”, afirmou o ex-governador.