Da Redação
MANAUS – Com gastos de R$ 92,1 milhões em ruínas, o projeto da Cidade Universitária no município de Iranduba (a 34 quilômetros de Manaus) deverá ser abandonado definitivamente e o local usado para instalar um parque tecnológico. A proposta de reaproveitar a obra inacabada da Cidade Universitária da UEA (Universidade do Estado do Amazonas) para construção de uma espécie de ‘cidade tecnológica’ foi anunciada pelo secretário de Estado da Educação Luiz Castro. A Seduc (Secretaria de Educação do Amazonas) não tem vínculo com a UEA, que é financiada por empresas industriais que têm incentivo fiscal no Estado. O novo complexo seria em parceria entre a universidade e a secretaria.
A ideia do novo complexo foi apresentada pelo reitor da UEA, Cleinaldo Costa. Ele disse que buscará apoio de instituições internacionais. “O reitor da UEA tem dialogado com o governador do Estado sobre alternativas para aproveitar aquilo que já está construído ou semi-construído para não se perder o investimento. Uma delas é a criação de um parque tecnológico em parceria com outras universidades”, afirmou Luiz Castro.
De acordo com Luiz Castro, a Cidade Universitária foi “mal planejada” e a construção dela foi uma decisão do Governo do Amazonas, à época comandado pelo atual senador Omar Aziz (PSD), em um momento de crise econômica. Para o secretário, é possível “dar aproveitamento para aquela área sem necessariamente ela ser um Campus Universitário para substituir a atual estrutura da UEA”.
A construção e manutenção do futuro parque tecnológico seriam pagas pelo Governo do Amazonas e o Ministério da Ciência e Tecnologia, além de parcerias internacionais. Isso porque o Estado passa por um momento de endividamento, principalmente na área da Saúde, e busca sanar as dívidas com empréstimos bancários, transferência de recursos e corte de gastos.
“A Cidade Universidade vai depender muito de encontrar um arcabouço de financiamento para a sua conclusão, não mais talvez como cidade universitária, mas como um parque tecnológico, como um campus de desenvolvimento sustentável”, afirmou Luiz Castro.
Outras prioridades
O projeto não é para este ano. Luiz Castro disse que no momento o governo tem outra prioridade: a conclusão de pequenas obras da UEA nos municípios do interior. “Não podemos deixar essa área abandonada. Mas há outra prioridade que é a conclusão das unidades da UEA no interior do estado. Algumas estão praticamente prontas, muito adiantadas. Eu cito a de Apuí, por exemplo, Careiro, dependem de pequenos investimentos suplementares e o governo do estado está ajudando a UEA a levantar essa lacunas para que a gente possa concluir aquilo que foi iniciado também no interior, com um custo ainda menor que o da cidade universitária”, disse o secretário.