Escolhido pela presidente Dilma Rousseff para substituir Edison Lobão no Ministério de Minas e Energia, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) foi denunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2009, por favorecimento pela empresa distribuidora de energia elétrica de Manaus (AM) no período dos apagões, entre 2007 e 2008. De acordo com investigação da Aneel, a Amazonas Distribuidora de Energia S/A favoreceu o fornecimento de eletricidade para a casa do então governador do Amazonas, enquanto o sistema de distribuição da capital estava sobrecarregado e apagões eram frequentes.
Técnicos da Aneel constataram, em vistoria em outubro de 2009, que o alimentador – equipamento que distribui energia em uma área – da distribuidora responsável por fornecer eletricidade para a casa de Braga teve a carga diminuída, enquanto a maioria dos alimentadores da capital estavam sobrecarregados.
Quando recebe sobrecarga, o sistema de distribuição de energia se torna instável e pode provocar apagões. Com uma carga menor, o risco de interrupção diminui. A carga do alimentador da casa de Braga foi reduzida de 81,04%, em 2007, para 15,42% em 2008, quando mais da metade dos alimentadores de Manaus operava com carga superior a 100%.
No relatório, a Aneel aponta que a diminuição da carga foi um caso de tratamento diferenciado. Segundo a agência, diminuições localizadas só devem acontecer para preservar hospitais e serviços essenciais.
O presidente da Amazonas Distribuidora à época da diminuição da carga, Willamy Moreira Frota, morava no mesmo condomínio de Eduardo Braga. A empresa, que contesta o relatório da agência, disse que nenhum privilégio foi concedido e que o circuito atende outros 5.172 consumidores.
A assessoria de Braga, à época, negou que o pedido tenha partido dele e afirmou que o governo não tinha poder para interferir nas decisões da distribuidora, controlada pela Eletrobras.