Da Redação
MANAUS – A CPI da Covid retoma aos trabalhos na próxima terça-feira (3), após o recesso parlamentar. A primeira semana terá depoimentos de personagem envolvidos nas negociações de vacinas da Covaxin e AstraZeneca. Representantes da Precisa Medicamentos e da Davati Medical Supply, intermediárias dos contratos para aquisição das vacinas, serão os primeiros a depor.
O reverendo Amilton Gomes de Paula será o depoente da terça-feira. Ele terá que esclarecer sua atuação na compra da AstraZeneca com a Davati.
Em março deste ano, o religioso recebeu aval do Ministério da Saúde para negociar a compra de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca em nome do governo brasileiro, com suspeitas de cobrança de propina de um dólar por dose.
A CPI apura se pedido de propina foi feito pelo ex-diretor de logística da pasta Roberto Ferreira Dias, que recebeu Amilton no ministério. Em depoimento na CPI ele alegou não lembrar quem solicitou o encontro entres os dois. Amilton deveria ter comparecido à CPI em seguida, no dia 14 de julho. Não foi e apresentou atestado médico para justificar a ausência.
Completam a agenda da semana o sócio da Precisa, Francisco Maximiano, na quarta-feira (4), e Túlio Silveira, advogado e representante da empresa.
Nesta quinta-feira (29) o governo federal revelou ter descoberto fraudes nos documentos apresentados pela Precisa para a venda de vacinas da Covaxin e anunciou a suspensão do contrato, que alcança valor de R$ 1,7 bilhão. Essas falsificações foram mostradas bem antes na CPI pela senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o fato do governo reconhecer as adulterações dão maior importância aos depoimentos de Maximiano e Silveira.