Da Agência Senado
BRASÍLIA – Em pronunciamento nesta quarta-feira, 6, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que ficou explícita a conivência do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, juntamente com outros ministros do governo, com os crimes praticados pelo presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com o senador, essa cumplicidade ficou comprovada na terça-feira, 5, após a divulgação do depoimento do ex-ministro à Polícia Federal, no qual reafirmou as denúncias feitas ao presidente de tentar interferir politicamente na autonomia da PF para ter controle pessoal sobre investigações.
“Sergio Moro confirmou suas denúncias e reafirmou o que havia dito em entrevista coletiva. Ao mesmo tempo, se autoincriminou, na condição de cúmplice, juntamente com outros ministros, que teriam tido conhecimento dessas tentativas do presidente da República e não cumpriram com as responsabilidades que lhes determina a Constituição, de denunciar essas investidas não republicanas de atuar sobre um órgão de Estado. Aliás, Bolsonaro está bastante enredado com a Justiça de nosso país”, disse.
Bolsonaro
Humberto Costa salientou, ainda, que existem outros processos que tramitam na Justiça e que estão gerando ‘incômodos’ para o presidente da República. Um deles é o que o obriga a divulgar o resultado do exame a que foi submetido para detectar o coronavírus, e que ele esconde a ‘sete chaves’, com receio de ser responsabilizado pela possível contaminação de centenas de pessoas com as quais ele tem interagido nesse período. Pois poderia, eventualmente, estar contaminado pela Covid-19.
“Outro processo que atinge diretamente o presidente e pessoas de sua proximidade política e pessoal é o inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal para investigar a divulgação de notícias falsas e ameaças contra integrantes daquela Corte. Além da comissão parlamentar de inquérito que investiga notícias falsas disseminadas pela internet [a CPI das fake news], em funcionamento no Congresso Nacional, também teria identificado pessoas diretamente envolvidas em práticas de divulgação de notícias mentirosas e na propagação de mensagens de ódio”, afirmou.