Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – A defesa das médicas Gabrielle Lins e Isabelle Kirk Maddy Lins afirma ambas tinham direito à segunda dose da vacina contra a Covid-19. No entendimento da advogada Gabriela Nogueira Giuzio, as irmãs não desrespeitaram decisão judicial que proibiu suspeitos de furar a fila da vacinação de seguirem com a imunização pois não foram citadas na ação.
Nesta quarta-feira, 10, o ATUAL publicou matéria informando sobre a aplicação da segunda dose nas médicas e sobre determinação da juíza Jaiza Fraxe, da 1ª Vara da Justiça Federal no Amazonas, que proibia a segunda dose às pessoas suspeitas de furar a fila.
No mesmo dia, Fraxe se manifestou pelo Twitter afirmando que não houve autorização para que fura-filas tomassem a segunda dose da vacina contra Covid-19 e prometeu punição.
Em nota, a advogada afirma que Gabrielle e Isabelle não foram indicadas, não são rés na ação e sequer foram mencionadas na decisão, “razão pela qual não estão impedidas de tomar a segunda dose da vacina”, diz a advogada.
Gabriela Giuzio cita os nomes dos suspeitos de passar a vez na fila da vacinação indicados na decisão. “Tal decisão impede a aplicação da segunda dose da vacina às seguintes pessoas: Thamyres Kutchama de Albuquerque, Stenio Holanda Alves, Bento Martins de Souza e Jane Soares Pereira, os quais não exercem quaisquer funções relacionadas à linha de frente do enfrentamento ao coronavírus”.
A vacinação em Manaus começou no dia 19 de janeiro. As médicas recém-formadas Gabrielle e Isabelle foram nomeadas em 18 e 19 de janeiro, respectivamente, sem contrato, diretamente pelo gabinete da Prefeitura de Manaus.
Em despacho do último dia 4 de fevereiro, Fraxe afirma que enquanto se concretiza o Plano Nacional de Imunização contra Covid-19 em Manaus, é preciso intensificar a transparência e todos compreenderem que, em razão da escassez de vacinas nesse momento, as secretarias de saúde e unidades hospitalares não podem burlar o plano e vacinar pessoas fora dele.
E completa dizendo: “Inclusive a audácia dessas pessoas em exibir sua vacinação em redes sociais, crendo na impunidade e força de seus privilégios, causa intranquilidade social e pode gerar atos indesejáveis de conflito, causando dor nas famílias que perderam entes por não terem tido acesso a vacina a tempo, além do descrédito das autoridades que autorizam a burla”, afirma a magistrada nos autos.
As irmãs se envolveram na polêmica da vacinação após postagem imagens delas na rede social Instagram recebendo a primeira dose da vacina.
A advogada afirma também que não há qualquer investigação em curso, seja no âmbito estadual ou federal, a respeito da suposta violação quanto a ordem de vacinação, no que diz respeito às médicas.
Gabriela Nogueira Giuzio afirma que, “como já esclarecido às autoridades competentes”, as irmãs são médicas e atuam na linha de frente de combate ao coronavírus, e receberam a primeira dose da vacina no exercício de suas atividades.