MANAUS – Por diversas vezes neste espaço opinamos que os políticos do Amazonas deveriam agir com “um olho no peixo outro no gato” em relação aos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus no governo Bolsonaro. Isso porque desde a campanha eleitoral de 2018, o ministro Paulo Guedes dava sinais de antipatia ao modelo regional.
Nesses 14 meses incompletos, diante de frases indesejadas e atos que aumentam a insegurança jurídica da Zona Franca de Manaus, os políticos falavam manso, acreditavam na conversão do governo e de Paulo Guedes, que dizia “não foi bem isso que vocês entenderam!”
Nesta sexta-feira, 21, até o deputado mais fiel de Bolsonaro, Pablo Oliva (PSL) se insurgiu contra o decreto do presidente. “O que era uma ‘hipótese’ antevista por outras empresas que já abandonaram o Polo Industrial de Manaus, a exemplo da Pepsi, acaba por se concretizar e dá um ultimato às empresas remanescentes para que comecem a refazer com urgência seu planejamento estratégico”.
Mas o Decreto 12.254/2020 já era esperado. Só surpreendeu os que acreditavam em contos de fadas. O governo central – via equipe econômica – não tem escondido o incômodo com os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus.
O problema é que as classes política e empresarial baixam a guarda a cada fala para amansar os que desconfiam, como foi a fala do representante de Guedes na reunião do CAS na véspera do decreto. Carlos Alexandre da Costa disse: “Reconhecemos as contribuições histórias que a sociedade regional tem prestado para a defesa da Floresta Amazônica e do território nacional”.
Mas…