BRASÍLIA – O secretário-geral do PSB e coordenador da campanha presidencial do partido, Carlos Siqueira, deixou nesta quinta-feira (21/08) a função. O partido formalizou nesta quarta, 20, a indicação de Marina Silva para liderar a chapa e do vice Beto Albuquerque, líder da bancada na Câmara dos Deputados. “Da senhora Marina Silva eu quero distância. Eu não participo de campanha de Marina Silva. Ela não é do PSB”, disse. Ontem, havia sido anunciado que Siqueira permaneceria na função, mas que teria ao seu lado o deputado licenciado Walter Feldman (SP), que é também porta-voz do partido.
Bazileu Margarido, homem de confiança de Marina, que era adjunto de Siqueira durante a campanha de Eduardo Campos, foi transferido para o comitê financeiro da campanha. Bazileu vai dividir a tarefa com Dalvino Franca. Siqueira, que também é presidente da Fundação João Mangabeira, do PSB, disse que continuará no partido, mas que se rende à decisão da maioria, que apoiou a candidatura de Marina, porque é disciplinado.
Em conversa com o “Broadcast Político”, disse preferir não dar detalhes sobre essa decisão, porque seriam detalhes desagradáveis. Nesta manhã, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, se reuniu com dirigentes de partidos que compõem a coligação.
Depois do encontro, Siqueira disse que agora começa uma nova fase da campanha e disse que não confia em Marina. “Eu estava na campanha do Eduardo Campos. Começa agora uma nova fase e tem que ter um novo coordenador. Eu disse (à Marina) que não ficaria na coordenação. Eu estava na coordenação de uma pessoa que era do meu partido e em quem eu tinha confiança”.
Siqueira negou que sua decisão de deixar a coordenação tenha sido motivada pela indicação de dois nomes ligados a Marina para o núcleo decisório da campanha. Segundo uma fonte da Rede, grupo político da ex-ministra albergado dentro do PSB, Siqueira ficou insatisfeito em uma reunião ontem, na qual Marina pediu que o porta-voz de seu grupo, Walter Feldman, assumisse o cargo de coordenador adjunto da campanha e Bazileu Margarido ficasse a cargo do comitê financeiro.
Mal entendido
A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, classificou de “mal entendido” as divergências que levaram à saída de Carlos Siqueira. Ela relatou que disse aos dirigentes do partido, em uma reunião ontem, que o nome para a coordenação da campanha seria indicado pela cúpula socialista. “Eu não iria fazer interferência na coordenação já indicada pelo PSB”, disse a ex-ministra. “Estamos diante de uma situação que tem um mal entendido e o próprio PSB precisa entender”. Ela disse que pediu que o comitê financeiro da candidatura fosse assumido por um de seus mais próximos aliados, Bazileu Margarido, e que o porta-voz da Rede, Walter Feldman, ficasse como coordenador de campanha adjunto.
De acordo com relatos de pessoas presentes à reunião de ontem, Siqueira entendeu que, com o gesto, estava sendo afastado das funções pela agora candidata, confirmada ontem pela Executiva nacional do PSB. Então coordenador da campanha, Carlos Siqueira deixou o posto.