Da Redação, com Ascom TSE
MANAUS – Evitar a indiferença, conhecer a vida pregressa dos candidatos, seus princípios e valores, e se informar em fontes confiáveis de dados são condições essenciais para votar consciente. A orientação é da ex-senadora Marina Silva no debate ‘Diálogos Democráticos, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nessa sexta-feira, 28.
Para Marina Silva, a primeira coisa a se notar quando se fala no voto consciente é o discernimento do eleitor sobre o que quer para si e para a sua cidade para, então, saber escolher o político que melhor o represente. Somente assim, segundo ela, o cidadão se torna efetivamente um agente político. A partir daí, deve-se conhecer os antecedentes dos candidatos, seus princípios e valores, e, por fim, procurar fontes fidedignas de informação para orientar a sua posição política.
O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, endossou que o eleitor não vote com indiferença, nem se disponha a vender o seu voto.
O debate aberto e diverso é, para o jornalista e apresentador Marcelo Tas, elemento essencial para a conscientização do eleitor. Para ele, a velocidade com que as informações circulam hoje em dia oferece uma série de perigos que favorecem os extremismos que empobrecem o debate democrático. Outro elemento que ele destacou foi a importância do diálogo entre as ‘bolhas’ ideológicas, que têm se perdido, segundo Tas, em suas unanimidades.
O jurista Caio Coppolla disse acreditar que o eleitor consciente é o eleitor bem informado, ciente do que acontece na sua comunidade e no seu país. Contudo, segundo ele, a falta isenção dos meios de comunicação tem uma grande responsabilidade na disseminação de desinformação. Para Coppolla, há uma crise de credibilidade na imprensa, em razão do que apontou como enviesamento ideológico da atividade de informar – que deveria ser, por princípio, isenta, imparcial e objetiva.
“A polarização, de certa forma, sempre houve. O que me aflige não é a polarização, porque ela é da natureza humana. É a incapacidade do diálogo, de aceitar o outro”, apontou Luís Roberto Barroso. Assim, segundo o presidente do TSE, “a vida passa a ser tribalizada”, ou seja: cada um só é capaz de falar para a sua respectiva plateia cativa, dentro de uma bolha de unanimidade. Nesse sentido, Barroso destacou a importância da existência de um espaço público para a troca de ideias. “O que eu já sei, eu já sei. O que me enriquece é o outro”, concluiu.
Ele concordou que o acesso à educação no Brasil é um elemento que compromete a formação de eleitores conscientes. Barroso também identificou a confusão entre fato e opinião, que tem marcado o discurso político, principalmente nas redes sociais, como um dos elementos que mais têm prejudicado o diálogo e a construção do consenso na sociedade.