O modal terrestre é o principal sistema de transporte logístico no Brasil, contando com uma malha de aproximadamente 1.720.700 quilômetros de estradas e rodovias (CNT, 2018), por onde circulam cerca de 61,1% de todas as cargas movimentadas no território brasileiro, sendo também o principal modal para transporte de passageiros.
O Estado do Amazonas possui um total de 1,022 km de malha viária, o que equivale a apenas 0,0006% da malha nacional, considerando-se as rodovias estaduais e as federais. Destarte, 85% de esta malha apresenta algum tipo de deficiência, de forma que o pavimento e sinalização têm afetado o tráfego de veículos nas estradas, gerando acréscimo do custo operacional de 49,6% no transporte rodoviário do Amazonas (CNT, 2018).
Considerando que a produção industrial do Amazonas está concentrada na cidade de Manaus, e possuem como rotas de saída, via rodoviária, são as BR 174 na direção Norte, e BR 364 na direção Sul, uma obra estruturante poderia viabilizar Leste, o que permitiria ligação terrestre com os portos do Estado do Pará e, consequentemente, uma saída para o Oceano Atlântico. Há de ser considerar que os portos públicos do Pará obtiveram um recorde no volume de movimentação de cargas em 2017, com 24,5 milhões de toneladas movimentadas (Sindopar, 2018).
Desta forma, a construção de uma rodovia, com boas condições de trafegabilidade, durante o ano inteiro, a partir de Itacoatiara, passando por Urucurituba e Maués, até a localidade de Aveiro, a Sul de Santarém, consubstanciado pelo projeto rodoviário “Ponte de Safena”, permitiria uma segunda opção de transporte de cargas e de pessoas, inclusive de meios militares, na direção do Pará, uma vez que o principal modal utilizado continuará sendo o fluvial e, em menor escala, o aéreo.
Assim, o desenvolvimento do projeto vai ter benefícios nos fatores políticos, econômicos, psicossociais e militares.
O projeto rodoviário Ponte de Safena proposto pelo presidente da Junta de Mediação e Arbitragem do Amazonas (JUMAM), Jeovam Barbosa, visa a construção de uma rodovia ligando três Municípios do Estado do Amazonas ao Estado do Pará. Três Prefeituras estão pleiteando, com esta obra, a melhoria das condições de vida dos seus habitantes, mas, após a conclusão da mesma, os benefícios extrapolariam em muito este objetivo inicial.
Tanto no campo político, quanto no econômico, bem como no psicossocial e no militar, há diversas vantagens com a execução desta obra viária, gerando aumento da economia local, estadual e, até mesmo, internacional, uma vez que permite abrir uma nova forma de escoamento da produção da Zona Franca.
Para o Exército Brasileiro, a referida obra seria de suma importância, pois permitiria a abertura de dois eixos de suprimento para ligar-se com suas tropas na Amazônia, trazendo flexibilidade de concentração de tropa e suprimento, diminuindo custos e tempo, além de incrementar a ligação e a coesão nacional.
O principal modal de transporte na Amazônia, continuará sendo fluvial, principalmente pelo volume de carga e baixo custo, no entanto, a construção de estradas, como a Ponte de Safena, pode abrir novas possibilidades, não só econômicas, mas psicossociais também, aumentando a integração daquelas localidades a rede nacional de comunicações.
Portanto, o Exército Brasileiro já manifestou pela viabilidade da obra, existem alguns empresários interessados em investir no projeto, que inclusive já foi apresentado ao Governo Estadual e demais Prefeitos dos Municípios que serão beneficiados, falta agora apenas o interesse político para que essa belíssima e importante obra denominada Ponte de Safena se transforme em realidade, irrigando nosso Amazonas com mais desenvolvimento e prosperidade.
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muito bom