Da Redação
MANAUS – Um grupo de 12 concursados que aguardam convocação para a Susam (Secretaria de Estado da Saúde) protestaram, na manhã desta sexta-feira, 23, em frente ao Fórum Ministro Henoch Reis, do TAM (Tribunal de Justiça do Amazonas), na zona centro-sul de Manaus. Com faixas, os concursados exigem do Governo do Amazonas a quebra dos contratos com as empresas terceirizadas.
A manifestação ocorreu quatro dias depois da Operação Maus Caminhos, da PF (Polícia Federal) e CGU (Controladoria Geral da União) de combate a fraudes em contratos de serviços pagos com dinheiro do Fundo Estadual de Saúde. “Não tem porque continuar a contratar essas empresas, pois foi realizado concurso público e há aprovados que deveriam ser nomeados para assumir as atividades que hoje estão sendo feitas pelos terceirizados. A Constituição determina que se há aprovados em concurso, não se pode contratar terceirizados” disse a líder do grupo, a enfermeira Bia Pause. “O Governo do Estado paga, digamos, R$ 600 por funcionário à empresa terceirizada, mas esse funcionário só recebe R$ 200. Isso é fato, todo mundo sabe que é ilegal”, disse Bia.
No dia 19 deste mês, a Susam nomeou 1.752 aprovados no concurso de 2014. Bia disse que ainda restam 9.300 à espera da nomeação. “Já existe um processo na Justiça, desde outubro do ano passado, para obrigar o Estado a cumprir com as nomeações de todos os aprovados no concurso. Não vamos desistir, não vamos parar de protestar enquanto todos os aprovados não forem nomeados”, declarou. “O governo do Estado tem que cumprir o que diz a Constituição, para não vermos mais casos de corrupção como esses descobertos pela Polícia Federal”, afirmou Bia.
A investigação da PF envolve o INC (Instituto Novos Caminhos) contratado pelo governo do Estado para administrar unidades de saúde. Conforme a PF, o INC subcontratava empresas e pagava serviços superfaturados que não eram realizados. O prejuízo chega a R$ 110 milhões.
O AMAZONAS ATUAL procurou a Susam para saber sobre a nomeação dos concursados. A secretaria ficou de enviar uma nota, mas não respondeu às indagações.