MANAUS – Amazonino Mendes, Eduardo Braga, Omar Aziz, Alfredo Nascimento, Silas Câmara e, mais recentemente, Arthur Virgílio Neto, que em 2017 apoiou Amazonino e em 2018 esteve no palanque de Omar, formam o grupo político mais tradicional no Amazonas.
A cada eleição, esse grupo se une e se divide para não deixar o poder no Estado e no município de Manaus escapar-lhe das mãos. E assim se vão quase 40 anos, desde que Gilberto Mestrinho retomou o poder no Estado, em 1982, no início da reabertura democrática pós-ditadura militar.
Nestas eleições, o grupo se divide em três frentes, com as candidaturas de Amazonino (Podemos), Alfredo Nascimento (PL), Ricardo Nicolau (PSD).
Na terça-feira, 15, o MDB de Eduardo Braga anunciou apoio a Amazonino Mendes. A decisão de aliança com o Podemos foi de Braga, sem diálogo com a base. Desta vez, a justificativa foi a de que Manaus precisa de um administrador com experiência.
Alfredo Nascimento, que já foi apoiado por Amazonino em disputas pela Prefeitura de Manaus contra Eduardo Braga, agora corre por fora, e busca de apoio do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB).
Ricardo Nicolau é do partido de Omar Aziz (PSD) e surgiu candidato em plena pandemia, um ano depois de anunciar que deixaria a política. Durante o período mais crítico da Covid-19 em Manaus, ele se licenciou do cargo de deputado estadual para coordenar o hospital de campanha da Prefeitura de Manaus. Saiu do posto animado para se candidatar.
Ainda há um quarto candidato que pode ser considerado do grupo pelo partido em que está filiado: Capitão Alberto Neto (Republicanos). O antigo PRB é dirigido no Amazonas pelo pastor e deputado federal Silas Câmara, que também está ligado ao grupo político tradicional.
Confirmadas todas as candidaturas, o grupo teria quatro candidatos. Não se trata de um erro, mas de uma estratégia, para tentar evitar que outros candidatos cresçam a ponto de ameaçar o grupo.
Até o fim do primeiro semestre deste ano, as pesquisas de intenção de voto apontavam Amazonino na liderança, seguido por David Almeida (Avante) e José Ricardo (PT). Uma eventual união de duas candidaturas no segundo turno contra Amazonino é ameaça.
Portanto, é preciso diluir a votação do eleitorado no primeiro turno. E essa tarefa é dada aos candidatos do grupo.
Em 2018, estratégia semelhante foi adotada para minar a candidatura de David Almeida a governador, com a intenção de levar Amazonino e Omar ao segundo turno. A surpresa foi Wilson Lima (PSC), que acabou derrotando Amazonino.