Da Redação
MANAUS – Ao citar os ataques criminosos registrados no domingo, 6, em Manaus, no início da reunião da CPI da Covid desta terça-feira, 8, o senador Omar Aziz (PSD) aproveitou os holofotes da comissão para promover atos de sua gestão como secretário de Segurança Pública e governador do Amazonas.
Aziz citou o programa ‘Galera Nota 10’, que oferecia atividades desportivas, artísticas e socioculturais para crianças e adolescentes em situação de risco, no horário de 23h às 3h, e o programa ‘Ronda no Bairro’, que levava policiamento preventivo aos bairros da capital.
Omar disse que foi no governo dele que os policiais militares e civis do Amazonas tiveram “um dos melhores salários” do Brasil. O senador citou como feitos de sua gestão a data-base dos profissionais da saúde e a construção do Hospital Delphina Aziz, na zona norte de Manaus.
“Eu, como governador, fiz o possível para manter data-base. Um dos melhores salários da Polícia Militar é do meu estado, graças ao meu esforço, meu trabalho. Da Polícia Civil também. É só comparar. Por isso, o carinho grande que eles têm por mim. E na área de saúde também a data-base foi feita por mim”, disse Aziz.
Omar foi secretário de Segurança Pública do Amazonas nos anos de 2001 e 2002, na gestão do ex-governador Amazonino Mendes (Podemos). Ele citou essa experiência para afirmar que “conhece bem as polícias Militar e Civil” e que, por isso, pediu reforço da Força Nacional de Segurança para Manaus.
“Eu conheço bem as polícias Militar e Civil do Estado do Amazonas porque fui secretário de Segurança e governador do meu estado. E sei dos homens e mulheres valorosos que tem as polícias Militar e Civil. Eu tive o prazer de conviver”, afirmou o presidente da CPI da Covid.
Aziz também aproveitou o momento para fazer críticas à prioridade de presos na vacinação contra a Covid-19 e o desprestígio de policiais na imunização. “Não deram prioridade para vacinar policiais militares e civis que estão na atividade fim diariamente. São eles que nos protegem”, disse o senador.
Presidente desinformado
Ao citar os ataques criminosos a prédios e bens públicos e particulares, como unidades básicas de saúde e ônibus do transporte público, registrados no domingo, 6, Omar Aziz rebateu a declaração do presidente Jair Bolsonaro, na segunda-feira, no cercadinho do Palácio da Alvorada, o chamando de desinformado.
Na ocasião, Bolsonaro citou os atos criminosos e perguntou a apoiadores: “Eu quero saber onde estão os senadores Omar Aziz e Eduardo Braga. Eles não são do Amazonas? Não cuidam do interesse do estado? Estou aguardando o posicionamento deles, já que está tudo bem lá. Estão só preocupados com a CPI”.
Aziz afirmou que o presidente não estava informado quando fez a cobrança pública a ele e ao senador Eduardo Braga (MDB). O parlamentar disse que, na noite de domingo, ligou para o ministro da Justiça, Anderson Torres, pedindo apoio da Força Nacional de Segurança.
“O presidente, ontem, não estava informado e fez uma cobrança pública a mim e ao Eduardo Braga. Eu fiz o meu papel, liguei para o ministro, presidente. Mas agora eu acho que não é o momento de fazer cobrança nem de um nem de outro”, disse Aziz.
Somente na noite de segunda-feira, quando os ataques criminosos já haviam cessado, o Ministério da Justiça informou ao Governo do Amazonas que enviaria policiais à capital. A portaria autorizando a atuação dos militares por 30 dias em Manaus foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União.
“Nós não estamos falando de uma comunidade ou bairro que foram sitiados. Nós estamos falando da cidade de Manaus que tem mais de 2 milhões de habitantes, em que as aulas foram suspensas, transporte coletivo não funcionou, as lojas foram fechadas. Um verdadeiro sítio feito por facções criminosas”, disse Aziz.
O senador disse que falta fiscalização nas fronteiras. “O que nós estamos vendo no Brasil e principalmente na Amazônia é que nós não temos proteção nenhuma nas nossas fronteiras. As drogas, as armas pesadas entram pelas nossas fronteiras sem ter nenhum aparato para [incompreensível o áudio]”, afirmou.
Aziz também sugeriu a criação de um plano de segurança pública para conter o tráfico de drogas. “O que acontece nos estados e nas cidades é que depois que essas drogas e essas armas entram, quem tem que cuidar é a Polícia Militar e a Polícia Civil. Nós temos que fazer o trabalho preventivo”, disse o senador.
O que mais mata no Amazonas é a corrupção. Se tem duas coisas que nunca funcionaram bem em todo o Estado do Amazonas é a Saúde e o transporte público. Não adiantar tentar esconder esses fatos, pois, são notórios.
E as investigações contra ele e família? Não fala nada, não é? Só a esposa dele já foi presa duas vezes que me recordo…