Enquanto em Manaus, a prefeitura administrada pelo tucano Arthur Virgílio Neto descascou a calçada para aplicar um material mais frágil (cimento com areia) para formar o pavimento da ciclovia da principal avenida da cidade, em São Paulo, o governo de Fernando Haddad (PT) está fazendo um trabalho para durar. O registro fotográfico acima foi feito nesta terça-feira, 10: O antigo canteiro central da Avenida Paulista, que dará lugar à ciclovia recebeu nesta terça-feira, 10, o primeiro teste do piso que será posto no local, uma mistura de concreto com corante vermelho. Sob o concreto, uma tela de aço para suportar o peso de qualquer veículo que precisar passar na via. A obra paulista não será barata: R$ 15 milhões para 3,8 quilômetros, quase R$ 4 milhões por quilômetro, para a construção de duas pistas, uma indo outra voltando. Arthur deve ter uma resposta pronta sobre a comparação: “A presidente Dilma não mandou dinheiro para Manaus”.
‘Cicloçada’
A ciclovia construída do Boulevard Álvaro Maia foi apelidada pelos internautas de “cicloçada”, uma mistura de ciclovia com calçada. A verdade é que essa ideia caiu muito mal para a imagem da prefeitura que tenta, mas não consegue convencer os internautas mais politizados sobre o acerto da obra.
A ponte dos milhões
Além de ironizar a nova ciclovia de Manaus, os internautas também lembraram dos R$ 9,4 milhões gastos na ponte de 55 metros de cumprimento sobre o Igarapé do Gigante, ligando a Ponta Negra ao Tarumã, inaugurada no mês passado. Em termos proporcionais, a ponte ficou mais cara que a ponte do Rio Negro.
Críticas da tribuna
Os deputados estaduais Dermílson Chagas (PDT), José Ricardo (PT) e Augusto Ferraz (DEM) criticaram a ciclovia construída pela Prefeitura de Manaus no Boulevard. Dermilson reclamou do preço, Ricardo questionou a perda de espaço de pedestre, mas a observação mais curiosa foi de Ferraz: “A calçada é muito alta e o espaço não é seguro em caso de acidentes, já que os ciclistas podem cair no meio da rua e serem atropelados. É inviável e perigoso. Sou favorável às ciclovias, desde que sejam feitas de forma correta e segura”.
Evento tardio
Uma placa de metal sobre um cavalete e a presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, Graça Figueiredo, a descerra, com a ajuda do vice-presidente Aristóteles Thury e do corregedor-geral de Justiça, Flávio Pascarelli. Na placa, a inscrição: “Neste plenário em 10 de fevereiro de 2015, foi realizada a primeira sessão de Abertura Oficial do Ano Judiciário”. Era isso: o evento marcou o início do Ano Judiciário. Graça Figueiredo argumentou que outros tribunais realizam há anos a abertura do Ano Judiciário. Precisava instituir no TJAM, também? Não, não precisava. O ano judiciário começou dia 13 de janeiro, quase um mês atrás, quando o Tribunal Pleno realizou a primeira sessão.
Apenas Justiça
A presidente justificou a cerimônia afirmando ser necessário prestar contas com a sociedade do que foi feito e do que haverá de fazer nos próximos meses de 2015. Nada disso tem a menor importância para a sociedade. A única coisa que o cidadão espera do Poder Judiciário é que ele seja eficiente no julgamento dos processos que lhes são demandados. E isso, o Judiciário não tem conseguido fazer.
Um bate, outro assopra
Um dia depois de o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) aplicar umas lambadas no lombo do ministro Eduardo Braga, durante discurso na Câmara Municipal de Manaus, o deputado Belarmino Lins (PMDB) subiu à tribuna da Assembleia para assoprar os “ferimentos”: “O ministro Braga está acostumado a desafios, que não foram poucos ao longo de sua trajetória política, e ele haverá de vencer mais este, debelando os problemas hídricos e energéticos em várias regiões do País. Se há percalços, a competência de Braga falará mais alto, ele saberá dar respostas positivas à Nação brasileira”, disse Belão.
Eletrobras na pauta
O presidente da Eletrobras do Amazonas, Radyr Gomes de Oliveira, foi chamado às pressas, esta semana, para conversar com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, em Brasília. Segundo informações de filiados do PMDB, isso pode ser uma amostra de que o ministro está reavaliando a gestão da estatal.
Comparando salários
O deputado José Ricardo (PT) já havia mostrado sua indignação ao procurador-geral de Justiça, Fábio Monteiro, sobre os salários dos procuradores e promotores do MP-AM. Na reunião na sala da presidência, na segunda-feira, ele chegou a dizer: “Só quem apanha são os políticos, mas vocês vão ganhar R$ 35 mil e nós, R$ 25 mil”. O valor para os membros do MP-AM inclui o auxílio-moradia, que o parlamentar quer a revogação.
Faz de conta
A reunião que definiu, nesta terça-feira, 10, os presidentes das comissões na Câmara Municipal de Manaus (CMM) foi um verdadeiro faz de conta. Os nomes já estavam definidos há uma semana. Apesar do acordo prévio, a reunião, que durou 40 minutos, foi a portas fechadas, com proibição expressa à imprensa.