A inciativa do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), de trazer a publico as conversas dos corredores do TRE-AM, como ele mesmo diz em dois textos publicados na rede social Facebook, demonstra o desespero de um aliado do governador José Melo (Pros) diante da possibilidade cassação do mandato para o qual foi reeleito em outubro passado. Arthur sabe, mais do que ninguém, que a queda do governador e a ascensão de Eduardo Braga (PMDB) ao cargo, o deixaria em situação complicada na disputa de 2016, quando o tucano pretende se reeleger. Diante do perigo iminente, Arthur decidiu atacar três membros da Corte eleitoral, onde ocorrem os julgamentos dos mais de 20 processo contra o governador, num claro propósito de colocar em dúvida para a opinião pública qualquer decisão contrária a José Melo que o Tribunal Regional Eleitoral venha tomar. Para o prefeito, não importa a legislação eleitoral, que estabelece punição, inclusive com a perda do cargo público para o candidato que não segue as normas nela estabelecidas. Arthur fala como se a cassação do mando de governador fosse algo inédito na história recente do Brasil. Não é. A jurisprudência está repleta de exemplos de políticos que tiveram o mandato ceifado pelo malfeito durante a disputa eleitoral. O próprio Arthur Virgílio recorreu à Justiça Eleitoral alegando que o mandato dele foi surrupiado na disputa de 2010, quando foi derrotado nas urnas por Braga e Vanessa Grazziotin (PCdoB). Na ocasião, ninguém apareceu para acusá-lo de tentativa de “roubar o mandato” alheio, como fez o governador José Melo. E nem ninguém tentou, antecipadamente, jogar por terra a credibilidade dos julgadores da Corte eleitoral, como tenta fazer Arthur.
Reincidência
Não é a primeira vez que Arthur Virgílio Neto se envolve em querela com a corte eleitoral do Amazonas. Em 2006, quando do julgamento de um processo em que o principal interessado era o filho dele, Arthur Bisneto, o juiz Élson Andrade renunciou ao mandato no TRE-AM, sob a alegação de que recebia pressões políticas para tomar decisões. Élson havia rebaixado para a primeira suplência o deputado estadual reeleito Artur Bisneto e homologado o ex-prefeito de Itacoatiara Miron Fogaça (PRP). No fim das contas, Bisneto acabou conquistando a vaga na Justiça Eleitoral.
Diplomacia exagerada
A nota do presidente em Exercício do TRE-AM, João Mauro Bessa, para rebater as suspeitas de Arthur foi recheada de diplomacia, o que atrapalhou, inclusive o entendimento do tema pelo leitor médio. O principal erro do desembargador foi não citar nominalmente o autor das declarações rebatidas. Deu margem para Arthur, com razão, tripudiar em cima da nota oficial.
Disputa interna
A vinda a Manaus do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, não foi capaz de resolver o imbróglio entre as lideranças da legenda no Amazonas. Depois de ouvir as queixas dos membros do partido, o presidente disse que vai esperar uma solução nos próximos dias ou a Executiva Nacional vai decidir em que mão vai ficar a direção do PDT no Amazonas.
Dermílson x Stone
A briga pela direção do PDT no Amazonas está entre o deputado estadual Dermílson Chagas e o presidente estadual da sigla, Stone Machado. Durante fala no encontro, Demilson chegou a dizer que foi proibido de aparecer na televisão durante a propaganda eleitoral na campanha de 2014, quando ele saiu vitorioso das urnas. Segundo o parlamentar, ele viu o documento que o proibia de aparecer no horário eleitoral gratuito reservado á legenda.
Longe da briga
Quem se manteve distante da briga pela direção do PDT foi o ex-prefeito de Manaus e ex-governador do Amazonas Amazonino Mendes. Tido como o maior expoente da sigla no Estado, o velho cacique não apareceu no encontro, que contou com a presença de vereadores de Manaus e do interior do Estado.
Cinema vermelho
Os comunistas do PCdoB distribuíram convite para o lançamento do filme Osvaldão, nesta terça-feira, 31, no Playart do Manauara Shopping. O filme conta a história de Osvaldo Orlando da Costa, filho de ex-escravos negro, alto e muito forte e tido como a figura mais emblemática da Guerrilha do Araguaia, comandada por militantes do PCdoB. Na ocasião, o partido fará um ato em defesa da democracia.