Do ATUAL
MANAUS – A Polícia Federal informou que 223 balsas adaptadas como dragas para o garimpo foram destruídas em três dias da Operação Prensa, em Humaitá (a 590 quilômetros de Manaus), que começou na segunda-feira (19). Na quarta-feira (21), agentes federais foram atacados com rojões disparados por garimpeiros no município. A operação tem apoio do Ibama e da Funai.
As balsas estavam no Rio Madeira e em seus afluentes como os rios Aripuanã e Manicoré. Conforme a PF, não há prazo para a mobilização ser encerrada.
Segundo a PF, o garimpo ilegal na região, além de causar danos ao meio ambiente e à saúde pública em virtude da contaminação do rio por mercúrio e cianeto, também interfere na cultura de povos tradicionais, uma vez que áreas indígenas chegaram a ser invadidas por garimpeiros.
O município no Sul do Amazonas é um ‘barril de pólvora’. Registra conflitos frequentes envolvendo garimpeiros. No dia 15 de maio deste ano, garimpeiros atearam fogo em pneus e pedaços de madeira e bloquearam trecho da rodovia AM-230, a Transamazônica, em protesto contra operação da PF e Ibama também no Rio Madeira. Na época, 50 balsas foram destruídas.
O protesto mais violento ocorreu no dia 27 de outubro de 2017, quando garimpeiros revoltados atearam fogo em vários imóveis de instituições públicas no município.
Na época foram incendiados os prédios do Ibama (Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biotecnologia), Idam (Instituto de Desenvolvimento do Amazonas) e parte da sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
O MPF denunciou 11 pessoas por envolvimento nas depredações e incêndios nos prédios públicos. Elas respondem aos processos em liberdade.